MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 7 de julho de 2013

Em Roraima, Serra Grande é opção de lazer para aventureiros


Serra fica a pouco mais de 60 quilômetros de Boa Vista.
É preciso preparo físico e acompanhamento de guia para explorar o local.

Érico Veríssimo Do G1 RR

A Serra Grande é uma das principais atrações para as pessoas que procuram um lugar diferente para se aventurar (Foto: Érico Veríssimo/G1)A Serra Grande é uma das principais atrações para as pessoas que procuram um lugar diferente para se aventurar (Foto: Érico Veríssimo/G1)
Em Roraima, a Serra Grande é uma das principais atrações para os aventureiros e amantes da natureza e pode ser uma opção para aqueles que procuram um lugar diferente para passar esse feriado prolongado. Localizada no município de Cantá, a 38 quilômetros de Boa Vista, o viajante gasta mais 30 quilômetros até chegar ao pé da serra e começar a caminhada. Para chegar ao local, é preciso seguir pela BR 401, RR 206 e seguir pela estrada vicinal ao Rio Branco.
A Serra Grande tem 850 metros de altura mas, por questões de segurança, os visitantes montam acampamento acima da principal cachoeira do lugar, a Excalibur, que fica a 500 metros do pé da serra. Com flora que apresenta características da floresta amazônica e do lavrado roraimense, a montanha encanta pelas belezas naturais intactas e diversidade da fauna.
A base de apoio para quem se aventura a explorar o local fica em um sítio ao pé da serra. Lá, os viajantes recebem orientações dos guias, preparam as mochilas e começam o percurso que pode levar, em média, cinco horas, dependendo do número de interrupções durante a caminhada.
Uma das corredeiras que os aventureiros apreciam na Serra Grande  (Foto: Érico Veríssimo/G1)Uma das corredeiras que os aventureiros apreciam
na Serra Grande (Foto: Érico Veríssimo/G1)
A subida tem graus de dificuldade variados. O ‘aventureiro’ percorre trilhas por meio da mata, entremeadas por pedras e igarapés, que se formam por todo o trajeto até o final da escalada.
Depois de 15 a 20 minutos caminhando, a parte plana da Serra Grande vai ficando para trás e começam as inclinações que dificultam a caminhada.
É preciso preparo físico e outros cuidados para que a ‘exploração’ da serra não se torne mais difícil ainda. Uma das principais recomendações é que se leve apenas o necessário, para evitar carregar muito peso, o que pode atrapalhar durante a 'viagem'. Roupas leves, mochilas apropriadas, protetor solar, repelente e cantil também são recomendados.
Depois de uma hora de subida, as dificuldades começam a aumentar. Pedras escorregadias, devido à umidade da floresta, árvores, troncos caídos e outros obstáculos naturais exigem atenção redobrada para que se evitem acidentes. Para atravessar alguns trechos por dentro da água, é preciso apoio dos guias que, com bastões, ajudam a cada um dos viajantes a seguir a trilha. Em outros pontos, cordas amarradas a galhos ou sustentadas pelos condutores ajudam a 'puxar' os aventureiros menos experientes.
Gilmar Goiano, guia que já subiu a Serra Grande inúmeras vezes, reforça a necessidade de acompanhento de alguém que conheça o local e os atalhos. "Sem a presença de um profissional, de um acompanhamento técnico, o risco de acidentes é bem maior. A possibilidade de se perder também aumenta, como já ocorreu com alguns grupos", ressaltou.
Piscina natural pode ser encontrada em um dos pontos da Serra Grande  (Foto: Érico Veríssimo/G1)Piscina natural pode ser encontrada em um dos
pontos da Serra Grande (Foto: Érico Veríssimo/G1)
Goiano destacou também que se deve levar para a subida apenas o necessário. "Comidas de fácil preparo, biscoitos e instantâneos. Quanto às roupas, somente o mínimo para a caminhada, para dormir na serra e para o retorno", disse.
Quase três horas depois, o viajante começa a vislumbrar o Rio Branco do alto da Serra Grande. Isso na parte considerada mais difícil pelos guias, onde o percurso pode levar mais de uma hora por causa das inúmeras pedras.
Para o engenheiro agrônomo Raimundo Almeida, a Serra Grande sempre foi considerada um 'mistério' para muitas pessoas. "Infelizmente, a demarcação de áreas indígenas limitou as opções de turismo em Roraima. Uma delas é a Serra Grande e as pessoas estão descobrindo agora. É um local muito interessante e ao mesmo tempo perigoso", disse, reforçando mais uma vez a necessidade de um guia experiente.
Almeida chama a atenção dos visitantes para a preservação da natureza. "É um bem que ainda está intacto. É preciso recolher todo o lixo que se produz durante a caminhada. Na serra temos belezas naturais, a formação geológica com rochas sedimentares e vulcânicas. Quando as orquídeas estão em período de floração, isso torna o local ideal para a contemplação da natureza. O prazer de apreciar a natureza enquanto ela está intacta recompensa o cansaço", ressaltou.
Para Estevam dos Santos, que começou a subir a serra em 2004 e nunca mais parou, toda a energia gasta e o cansaço são recompensados pelo contato com a natureza e a paisagem que se tem do alto. "Depois de tudo, apesar das dores e da sensação de desistência, a visão daqui de cima é maravilhosa e faz a gente esquecer qualquer desgaste", afirmou.
O pôr do sol é um dos momentos mais esperados por quem acampa na Serra Grande (Foto: Érico Veríssimo/G1)O pôr do sol é um dos momentos mais esperados
por quem acampa na Serra Grande
(Foto: Érico Veríssimo/G1)
Pôr do sol
Ao final da caminhada, o 'aventureiro' encontra piscinas naturais, cachoeiras e uma flora intocada. A água limpa mata a sede e refresca, aliviando o cansaço e recompensando as horas de subida. Por questões de segurança, os viajantes não vão ao topo da serra, mas acampam a cerca de 500 metros de altura, acima de uma das cachoeiras do percurso.
Depois de montar acampamento, uma das dicas é andar alguns metros, sentar-se em uma das pedras e esperar um espetáculo da natureza: o pôr do sol. Do mesmo lugar, o reflexo dos raios solares no Rio Branco e o verde da mata nativa dão um belo retrato a quem chega a esse ponto da Serra Grande.
O aventureiro Estevam resume a sensação de quem escala a serra pela primeira vez e tem o prazer de vislumbrar a natureza do alto. "Esquecemos tudo ao chegar aqui. O cansaço não importa e só pensamos no visual, que é maravilhoso. E tudo isso a apenas 60 quilômetros de Boa Vista", comemorou.
Menor espécie de jacaré da Amazônia pode ser encontrada na Serra Grande  (Foto: Érico Veríssimo/G1)Menor espécie de jacaré da Amazônia pode ser
encontrada na Serra Grande
(Foto: Érico Veríssimo/G1)
Espécies raras
Com uma fauna e flora variadas, na Serra Grande o viajante pode se deparar com quatis, macacos e vários tipos de pássaros. Orquídeas, bromélias e árvores de grande porte compõem o cenário da serra. Dentre os habitantes do local, está o jacaré paguá, considerado o menor do mundo, que pode chegar ao tamanho de 200 centímetros.
Dicas
O viajante que decidir explorar a Serra Grande deve seguir as orientações de guias experientes, além de estar atento aos itens que deve levar. São recomendados mochila apropriada, saco de dormir, barraca de camping, lanterna, protetor solar, repelente, tênis resistentes e adequados para a escala, sandálias, cantil e material de higiene pessoal.
A alimentação pode ser composta de biscoitos, comida de fácil preparo, como sopas e macarrões instantâneos, além de enlatados. Os equipamentos eletrônicos devem estar protegidos para evitar a umidade e até mesmo que sejam molhados ao atravessar os igarapés durante a caminhada.

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