Ministérios da Justiça e da Defesa são responsáveis pela segurança pessoal do papa e da Jornada Mundial da Juventude
Marcelo Gomes - Agência Estado
A cinco dias da chegada do papa Francisco ao Rio de
Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, admitiu nesta quarta-feira que a agenda do pontífice
ainda passa "por adaptações", mas não especificou quais. Cardozo e seu
colega da Defesa, Celso Amorim, participaram ontem de duas reuniões no
Rio com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, além de
representantes da Gendarmaria (polícia do Vaticano), e da Prefeitura. Os
ministérios da Justiça e da Defesa são os responsáveis pela segurança
pessoal do papa e do evento.
André Dusek/Estadão
Cardozo participou de duas reuniões no Rio de Janeiro para discutir o esquema de segurança do evento
Um dos temas discutidos foi a possibilidade da mudança do local da solenidade de boas-vindas ao pontífice, inicialmente prevista para ocorrer no Palácio Guanabara, na tarde de segunda-feira. Francisco se encontrará no local com a presidente Dilma Rousseff (PT). A sede do governo foi palco de um violento confronto entre manifestantes e policiais na semana passada. Foram usadas pedras e rojões, pelos ativistas, e tiros de borracha e bombas de gás, pelos PMs. Vizinhos reclamaram do tumulto e da Polícia.
Entretanto, Cabral, o Comitê Organizador Local da Jornada e o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, negaram ontem que a cerimônia será transferida para a Base Aérea do Galeão, na zona norte.
Cardozo, no entanto, disse que ainda haverá outras reuniões para fechar o roteiro completo e o esquema de segurança do pontífice. Segundo ele, outra preocupação é com o fato de que Francisco decidiu circular num papamóvel aberto - e não num blindado, como ocorria desde 1981. "Há uma posição do papa que os carros sejam sem blindagem. Nós, claro, estamos avaliando essa situação e dialogando com o Vaticano, para que possamos ter um plano de segurança que minimize situações de risco".
Pela manhã, após participar da inauguração da Casa do Trabalhador em Manguinhos, na zona norte da capital, Cabral disse desconhecer mudanças na agenda do papa por conta das manifestações programadas para ocorrer durante a visita. Uma das demonstrações está sendo convocada, via Facebook, para a porta do Palácio Guanabara.
"Que eu saiba, está tudo preparado para o Rio de Janeiro dar as boas-vindas ao papa Francisco, acho que é um momento muito especial. Esse grande calendário de eventos ter a presença do papa Francisco na sua primeira viagem internacional é um privilégio para nós, brasileiros. Tenho certeza que o Brasil e, em especial o Rio de Janeiro, darão sua demonstração de afeto, de respeito, independente inclusive da religião. Independente de qualquer tipo de visão religiosa, certamente será um momento muito especial para o Rio de Janeiro e para o Brasil". Em nota, o Comitê Organizador Local da Jornada informou que "até o momento a agenda do Papa continua a mesma". (Colaborou Wilson Tosta)
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