MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Pequenos artesãos vendem peças em espaço cultural de Pernambuco


Eles buscam capacitação e formalização dos negócios em cursos especiais.
Sebrae dá apoio aos artesãos na criação da identidade visual do negócio.

Do PEGN TV

No Recife, pequenos artesãos podem expor e comercializar obras no mesmo espaço dos grandes mestres pernambucanos: o “Centro de Artesanato”. Para ter mais lucros, os artesãos buscam capacitação e a formalização dos negócios em cursos especiais.
Firmeza no traço e habilidade manual. Marcas de quem dedicou a vida inteira ao artesanato.

Carlos Queiróz e Milton Araújo são sócios em ateliê em Pernambuco. Tudo começou com a pintura. Para difundir o trabalho, apostaram em diferentes técnicas e obras e diversificaram a produção.
“A pintura realmente dava muito bem para a gente viver, nós vivemos de pintura, nós vivemos 5, 6 anos de pintura muito bem. Só que, depois, a pintura foi disseminando aqui em Recife. (...) Então, a gente recorreu para o artesanato”, explica o artesão Milton Araújo.
A regularização foi o passo seguinte. Os artesãos viraram microeemprendedores individuais e a oficina de arte prosperou.
O artesanato virou negocio para eles há 22 anos, mas a formalização veio só em 2010, e isso fez bastante diferença. Com a maior divulgação das obras e a participação em feiras por todo Brasil, agora tem trabalho para o ano inteiro e o faturamento aumentou 80%.
Hoje, o ateliê rende R$ 3,5 mil por mês. Eles até contrataram um funcionário por causa do aumento da demanda. A formalização do negócio foi incentivada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Pernambuco, que tem um projeto de apoio ao artesanato.
“Como ele já tinha uma estabilidade, a gente entra com a parte de promoção e divulgação. Quando a gente começa a levar o produto dele para eventos, promover e divulgar, a gente vai descobrindo que alguns detalhes ainda faltam e eles vão entendendo”, explica Maria de Fátima Gomes, do Sebrae de Recife.
O carro chefe do empreendimento é o artesanato em resina. São feitas 35 peças por mês, em média. Para fabricar uma boneca, por exemplo, o primeiro passo é despejar a matéria-prima em um molde de gesso. Quando a resina seca, a obra é lixada e recebe o acabamento.  Ela ganha alguns adereços. Uma simples folha de revista vira um detalhe que chama a atenção.
“Como a procura aumentou, agora são feitas diversas peças com o mesmo molde. Mas cada uma tem um detalhe diferente. Cada obra é única. (...) Isso ajuda a valorizar o produto tanto no sentido artístico como no sentido financeiro, porque nos sabemos que o cliente vai ter sempre uma obra individualizada”, diz o artesão Carlos Queiróz.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também dá apoio aos artesãos na criação da identidade visual do negócio. “A gente está trabalhando embalagem, a marca, a promoção, a divulgação, as capacitações, como vender, a gente vai ensinando inclusive a gestão da empresa deles”, diz Maria de Fátima, do Sebrae.

Vendas
Milton Araújo e Carlos Queiróz apostam agora nas vendas em um espaço novo, dedicado exclusivamente ao artesanato.

Bem ao lado do marco zero do Recife foi construído um espaço que também representou um marco, mas para os artesãos do estado. O centro de artesanato de Pernambuco reúne milhares de obras feitas em todo o estado, mas só entra o que traduz bem a cultura pernambucana.
Os trabalhos dos pequenos artesãos ficam expostos no mesmo lugar que os de mestres renomados como Manoel Eldócio, Zuza e Luiz Galdino.
O local foi inaugurado em setembro do ano passado. São mais de 2,5 mil metros quadrados cheios da arte popular de Pernambuco. De acordo com o diretor do centro de artesanato, foram comercializadas 17 mil peças só no primeiro mês de atividade.
“Uma vez que tenha sido aceito, que o trabalho esteja nos critérios de exposição que a comissão estabeleceu, você recebe a peça pelo preço que o artesão entrega. E o estado vai ficar somente com 20% que é colocado sobre esse preço, portanto, o artesão vai receber de volta exatamente o preço que eles nos entregou, sem nenhum custo para fazer essa exposição aqui”, explica Roberto Lesa, do Centro de Artesanato de Pernambuco.

O Sebrae é quem desenvolve o catálogo dos produtos do centro de artesanato de Pernambuco. Com as vendas no local, os Artesãos Carlos Queiróz e Milton Araújo esperam um crescimento de 30% em 2013.
“De acordo com tudo que vem acontecendo, tudo que vem surgindo, nós estamos pensando já em nos tornarmos uma microempresa para ter uma oportunidade de contratar mais e poder produzir mais para atender toda essa demanda que está chegando”, diz Queiróz.

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