MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Crianças cardíacas de AL precisam ser transferidas para outros estados


Há 70 crianças que aguardam cirurgia, segundo chefe da Santa Casa.
Falta médicos credenciados pelo SUS para atender pacientes.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

O pequeno Arthur nasceu com uma doença no coração, que dificulta a respiração dele. O menino chega a ficar cansado só de brincar. Ele é uma das setenta crianças em Alagoas que precisam de cirurgia cardíaca, segundo o chefe de cardiologia da Santa Casa de Misericórdia, José Wanderley Neto.
A mãe do Arthur, Nívea Cristina da Silva, tem medo que o filho não aguente esperar mais tempo. "O que está em jogo é a melhora do meu filho. Já são três anos esperando isso", desabafa.
A cada mil recém nascidos, dez têm alguma doença cardíaca. Em metade dos casos é necessário que se faça uma cirurgia ainda no primeiro mês de vida. O diagnóstico e o tratamento adequados são muito importantes para a diminuição da taxa de mortalidade infantil e das sequelas que a criança pode ter para o resto da vida.
Das 21 mil crianças com indicação de cirurgia no país, 62% não têm acesso ao tratamento. O déficit de cirurgia é mais significativo na região Norte com 91%. Depois vem a região Nordeste com 76%. O Sudeste tem 55%. No Centro Oeste o déficit é de 47% e no Sul 36%.
Os procedimentos de mais alta complexidade são realizados em quinze centros no país. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o número de médicos especializados que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também é pequeno. Em todo o Brasil, apenas 40 médicos estariam capacitados para fazer cirurgias em crianças que nascem com doenças do coração. Para atender a demanda, cada um teria que fazer cerca de 220 procedimentos por ano.
O cirurgião e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), José Wanderley Neto, diz que muitos profissionais estão saindo do SUS. "O motivo é basicamente a desorganização do Sistema Único de Saúde. E os pagamentos são insuficientes para cobrir as despesas com Hospitais e também as euipes de saúde", diz.
A dona de casa Danielle Maria da Conceição, que mora em Maceió, teve que levar o filho para ser operado em São Paulo. As despesas foram pagas pela Secretaria da Saúde de Alagoas, porque aqui não há especialistas que façam o procedimento pelo SUS.
"Profissional capacitado eu acredito que tenha, mas não tem espaço para eles trabalharem aqui. Eu acho isso injusto para gente, porque é muito ruim ir para outro Estado e enfrentar toda a burocracia, sendo que Alagoas, um estado tão grande, poderia ter isso. Mas graças a Deus deu tudo certo", disse Danielle.

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