Há 70 crianças que aguardam cirurgia, segundo chefe da Santa Casa.
Falta médicos credenciados pelo SUS para atender pacientes.
A mãe do Arthur, Nívea Cristina da Silva, tem medo que o filho não aguente esperar mais tempo. "O que está em jogo é a melhora do meu filho. Já são três anos esperando isso", desabafa.
A cada mil recém nascidos, dez têm alguma doença cardíaca. Em metade dos casos é necessário que se faça uma cirurgia ainda no primeiro mês de vida. O diagnóstico e o tratamento adequados são muito importantes para a diminuição da taxa de mortalidade infantil e das sequelas que a criança pode ter para o resto da vida.
Das 21 mil crianças com indicação de cirurgia no país, 62% não têm acesso ao tratamento. O déficit de cirurgia é mais significativo na região Norte com 91%. Depois vem a região Nordeste com 76%. O Sudeste tem 55%. No Centro Oeste o déficit é de 47% e no Sul 36%.
Os procedimentos de mais alta complexidade são realizados em quinze centros no país. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o número de médicos especializados que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também é pequeno. Em todo o Brasil, apenas 40 médicos estariam capacitados para fazer cirurgias em crianças que nascem com doenças do coração. Para atender a demanda, cada um teria que fazer cerca de 220 procedimentos por ano.
A dona de casa Danielle Maria da Conceição, que mora em Maceió, teve que levar o filho para ser operado em São Paulo. As despesas foram pagas pela Secretaria da Saúde de Alagoas, porque aqui não há especialistas que façam o procedimento pelo SUS.
"Profissional capacitado eu acredito que tenha, mas não tem espaço para eles trabalharem aqui. Eu acho isso injusto para gente, porque é muito ruim ir para outro Estado e enfrentar toda a burocracia, sendo que Alagoas, um estado tão grande, poderia ter isso. Mas graças a Deus deu tudo certo", disse Danielle.
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