MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Anvisa inspeciona 26 navios de cruzeiro e dá nota máxima para 73%


Agência classifica embarcações por pontuação de risco que vai de A a D.
Análises consideram itens como alimentação, água, ar-condicionado e lixo.

Luna D'Alama Do G1, em São Paulo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inspecionou 26 navios de cruzeiro que vieram de outros países e atracaram na costa brasileira entre outubro de 2012 e a primeira quinzena de janeiro. A maioria (73%) recebeu nota máxima, e três deles foram vistoriados duas vezes, para atender às irregularidades encontradas.
Esse foi o caso da embarcação maltesa Soberano (Sovereign), que no dia 3 de dezembro obteve 1.035 pontos – em uma classificação de risco que vai de A a D, ou de 0 a 5 mil pontos –, mas logo se adequou e baixou para 90 pontos na avaliação mais recente.
Até abril, a expectativa é que 46 navios passem pela costa brasileira. E a Anvisa diz que vai acompanhar cada um dos 20 que ainda devem ancorar por aqui.
MSC Música é um dos navios de cruzeiro que tiveram nota máxima da Anvisa  (Foto: Divulgação)MSC Música é um dos navios de cruzeiro que receberam nota máxima na vistoria da Anvisa (Foto: Divulgação)
Essas análises são feitas há oito anos nos portos do país, e há três a agência divide as embarcações nas quatro categorias de risco. A pontuação final é a soma de cada item não cumprido.
Dos 26 navios visitados pelos fiscais de saúde, 19 foram classificados no grupo A (abaixo de 250 pontos), cinco no B (entre 250 e 500), dois no C (de 500 a 750) e nenhum no D (acima de 750). Mesmo o padrão C ainda é considerado satisfatório, com condições sanitárias dentro da média.
ranking dos navios de cruzeiro avaliados pela anvisa
Nome Origem Grupo de risco/ pontuação
Aida Vita Itália A / 0 ponto
Grand Amazon Brasil A / 0 ponto
MSC Música Panamá A / 0 ponto
Seven Seas Navigator Bahamas A / 0 ponto
Silver Cloud Bahamas A / 0 ponto
Imperatriz (Empress)  Malta A / 30 pontos
MSC Fantasia Itália A / 42 pontos
Grand Celebration Itália A / 60 pontos
Prinsendam Holanda A / 60 pontos
Soberano (Sovereign) Malta A / 90 pontos
Costa Fascinosa Itália A / 96 pontos
Veendam Holanda A / 135 pontos
Grand Holiday Espanha A / 195 pontos
Costa Fortuna Itália A / 205 pontos
MSC Magnífica Panamá A / 205 pontos
MSC Orchestra Panamá A / 210 pontos
Costa Serena Itália A / 220 pontos
Amadea Bahamas A / 231 pontos
Seven Seas Mariner Bahamas A / 250 pontos
Zenith Malta B / 255 pontos
Aida Cara Itália B / 260 pontos
Marina Ilhas Marshall (Micronésia) B / 285 pontos
Costa Favolosa Itália B / 342 pontos
Splendour of the Seas Bahamas B / 415 pontos
Grand Mistral Portugal C / 610 pontos
Azamara Quest Malta C / 639 pontos
Segundo o especialista em controle sanitário de cruzeiros da Anvisa, Fabio da Rocha, o roteiro de inspeção – sempre feita de surpresa, pouco depois de o navio atracar – inclui mais de cem itens. Os considerados críticos são aqueles relacionados à alimentação, à água potável servida a bordo e à manutenção e higienização do ar-condicionado.
Além desses critérios, são verificados o estado das piscinas e banheiras de hidromassagem, a limpeza das cabines e de ambientes de uso comum, o destino dado ao lixo, o sistema de tratamento de esgoto, o controle de insetos e animais peçonhentos, os spas e salões de beleza.
"O objetivo de divulgar essas informações é que a população possa usá-las na hora de escolher um cruzeiro. O critério sanitário deve ser importante ao comprar um pacote", ressalta Rocha.
Equipe de 4 a 8 pessoas
Em cada embarcação, entra uma equipe da Anvisa que varia de quatro a oito pessoas, dependendo do tamanho da área vistoriada. Cada profissional verifica uma área específica, e o processo dura de seis a oito horas.
"Se houver algum problema, seja na categoria A ou D, o navio só sai do porto após corrigi-lo, e sua pontuação continua a mesma até a próxima vistoria", explica o especialista.
De acordo com Rocha, a periodicidade das inspeções depende do resultado obtido, ou seja, as embarcações com nota ruim são monitoradas com uma frequência maior. Além disso, passageiros e tripulantes podem fazer denúncias pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo site da agência.
"Seguimos padrões sanitários internacionais, mas o Brasil tem algumas especificidades, como o clima e vetores – aqui há mais mosquitos, por exemplo. Mas, em geral, os navios se comportam de forma muito semelhante em vários países", diz Rocha.
Apesar de o ranking ser o mesmo para todos os navios avaliados, a Anvisa divide-os em duas categorias: de longo curso (aqueles que geralmente vêm da Europa e vão embora após algumas horas) e os de cabotagem (que permanecem o tempo todo na costa brasileira). No segundo caso, o risco sanitário pode ser maior, principalmente para os passageiros que transitam pela região amazônica – razão pela qual as exigências são diferentes.
Segundo Rocha, agentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA vêm ao Brasil em março para se encontrar com a Anvisa e discutir algumas questões de saúde sobre os cruzeiros marítimos.
Qualidade da água das piscinas dos navios também é analisada (Foto: Divulgação)Qualidade da água das piscinas dos navios também é analisada pelos agentes sanitários (Foto: Divulgação)
Diário de bordo
Diariamente, por volta do meio-dia, a Anvisa também recebe dos hospitais de bordo dos navios um relatório sobre a atual situação de cada um. Quando há algum caso que chame a atenção, os agentes podem agir, entrar em contato com o médico da embarcação, ver como está o paciente e se há outros registros semelhantes.
"Nesta temporada, ainda não houve nenhuma situação em que foi preciso intervir, as notificações estão dentro do esperado. O mais frequente mesmo é diarreia, e muitas vezes não é por rotavírus, que pode ser transmitido, mas porque as pessoas abusam muito ao comer e beber", diz Rocha. Isso porque muitas viagens são do tipo "all inclusive", ou seja, o passageiro pode consumir tudo à vontade, visto que os alimentos e drinks já estão dentro do pacote.

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