'Financial Times Deutschland' deixa de circular no dia 7.
Tradicional 'Frankfurter Rundschau' também fechou.
A crise econômica chegou à imprensa alemã, que deixou de ser exemplo de
solidez para se ver afetada por demissões e fechamentos perante a
evidência que a concentração de meios não é a solução ao problema.
O FTD, com uma tiragem de 100 mil exemplares, foi criado no ano 2000 como versão alemã de seu homônimo anglo-saxão e desde então competia pelo mercado da imprensa econômica com o mais clássico "Handelsblatt".
Já o FR, de informação geral, fundado em 1945, com 150 mil exemplares de tiragem e favorável à social-democracia, foi durante décadas um dos meios de referência do país - junto com o conservador "Frankfurter Allgemeine" e o mais progressista "Süddeutsche Zeitung" de Munique, orientado à esquerda.
"A crise que se anunciava há anos cobrou suas duas primeiras vítimas ilustres. Não serão as únicas", previa hoje, em artigo de opinião para a "Medium Magazin", o ex-diretor do FR Uwe Vorkötter.
A imprensa alemã entrou em uma dinâmica de demissões maciças, a pior desde o pós-guerra e essa evolução vai acentuar-se, afirmou Vorkötter, para quem a solução não está em economias draconianas, mas em desenvolver conceitos inteligentes nas redações digitais.
Vorkötter culpou pela situação do FR um "processo degenerativo", acelerado após sua integração ao grupo M. DuMont Schauberg, proprietário dos populares jornais "Berliner Zeitung" e "Berliner Kurier".
A previsão é que nesses dois meios berlinenses serão eliminados 80 postos de trabalho no próximo ano, enquanto a insolvência do FR deixa em suspense os 487 membros de seu quadro de funcionários.
Já o quadro do FTD é integrado por outros 300 empregados, mais outros 50 terceirizados, e seu fechamento representa o naufrágio de um dos projetos mais ambiciosos impulsionados pelo poderoso grupo editor Grüner + Jahr.
Ao comunicar o fechamento, a própria presidente do grupo, Julia Jäkel, mencionou a forte pressão que sofrem os meios de comunicação na Alemanha, especialmente no segmento econômico.
O FR e o FTD constituem dois exemplos diferentes de orientação - o primeiro fazia parte do grupo de meios do Partido Social-Democrata (SPD) e o segundo está mais próximo do mundo empresarial -, aproximados agora como vítimas da crise.
'Financial Times Deutschland' deixa de circular no dia 7. (Foto: Reprodução)
Na próxima sexta-feira (7), sairá o último exemplar do jornal econômico
"Financial Times Deutschland" (FTD), cuja direção comunicou seu
fechamento no último dia 23, duas semanas depois que outro diário de
tiragem nacional, "Frankfurter Rundschau" (FR), apresentou um expediente
de insolvência.O FTD, com uma tiragem de 100 mil exemplares, foi criado no ano 2000 como versão alemã de seu homônimo anglo-saxão e desde então competia pelo mercado da imprensa econômica com o mais clássico "Handelsblatt".
Já o FR, de informação geral, fundado em 1945, com 150 mil exemplares de tiragem e favorável à social-democracia, foi durante décadas um dos meios de referência do país - junto com o conservador "Frankfurter Allgemeine" e o mais progressista "Süddeutsche Zeitung" de Munique, orientado à esquerda.
"A crise que se anunciava há anos cobrou suas duas primeiras vítimas ilustres. Não serão as únicas", previa hoje, em artigo de opinião para a "Medium Magazin", o ex-diretor do FR Uwe Vorkötter.
A imprensa alemã entrou em uma dinâmica de demissões maciças, a pior desde o pós-guerra e essa evolução vai acentuar-se, afirmou Vorkötter, para quem a solução não está em economias draconianas, mas em desenvolver conceitos inteligentes nas redações digitais.
Vorkötter culpou pela situação do FR um "processo degenerativo", acelerado após sua integração ao grupo M. DuMont Schauberg, proprietário dos populares jornais "Berliner Zeitung" e "Berliner Kurier".
A previsão é que nesses dois meios berlinenses serão eliminados 80 postos de trabalho no próximo ano, enquanto a insolvência do FR deixa em suspense os 487 membros de seu quadro de funcionários.
Já o quadro do FTD é integrado por outros 300 empregados, mais outros 50 terceirizados, e seu fechamento representa o naufrágio de um dos projetos mais ambiciosos impulsionados pelo poderoso grupo editor Grüner + Jahr.
Ao comunicar o fechamento, a própria presidente do grupo, Julia Jäkel, mencionou a forte pressão que sofrem os meios de comunicação na Alemanha, especialmente no segmento econômico.
O FR e o FTD constituem dois exemplos diferentes de orientação - o primeiro fazia parte do grupo de meios do Partido Social-Democrata (SPD) e o segundo está mais próximo do mundo empresarial -, aproximados agora como vítimas da crise.
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