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Sem condições de alugar uma casa, família passa a morar em chiqueiro

Eles chegaram a Jaraguá, GO, nesta semana e não tinham onde ficar.
Prefeitura conseguiu abrigo, mas mãe se nega a deixar móveis para trás.

Humberta Carvalho Do G1 GO

Família dis que estava sendo ameaçada na cidade onde vivia (Foto: Cristina Cabral/Jornal O Popular)

Desde a última segunda-feira (26), uma família está vivendo dentro de um chiqueiro desativado, em uma chácara na cidade de Jaraguá, a 121 quilômetros de Goiânia. Pai, mãe e filha saíram de São Francisco de Goiás no fim de semana e desembarcaram na cidade levando móveis e eletrodomésticos. Sem condições financeiras para lugar um imóvel, eles se alojaram no local.
A mãe justifica que abandonou a casa própria porque se sentia ameaçada. “Saímos de lá porque tem o filho de uma vizinha, que é usuário de drogas. De uns três meses para cá, começou a jogar pedras no portão da nossa casa. Então, eu reclamei para a mãe dele e ela achou ruim. A partir daí, começamos a receber ameaças”, detalha Joana Pereira da Silva, de 41 anos.

Mau cheiro incomoda família
(Foto: Cristiana Cabral/Jornal O Popular)

Joana atualmente está desempregada. Ela trabalhava como ajudante de confecção, mas, por causa de um problema na coluna, teve de deixar o emprego. O marido, segundo ela, tem problemas mentais e, por isso, não pode trabalhar. A única renda da família é proveniente do Bolsa Família, no valor de R$ 102. Com isso, eles não têm condições de alugar uma casa.
Na manhã desta quinta-feira (29), a assistente social da prefeitura Vanda da Silva Guimarães esteve no local. “A situação é precária. Lá tem muitos mosquitos e o mau cheiro é grande”, afirmou Vanda ao G1. Joana foi orientada a não deixar a filha de 9 anos brincar no local e também a não permanecer por muito tempo com a família do lado de dentro do chiqueiro.
A prefeitura de Jaraguá informou que já providenciou um abrigo para os três, mas Joana se negou a sair do chiqueiro sem levar os móveis e seus pertences. “Minhas coisas não podem ficar jogadas porque quando chove tem que cobrir para não molhar. Se eles arrumarem um local para nós ficarmos com as nossas coisas, não vamos. Tenho cachorro, algumas galinhas, não posso deixá-los para trás”, argumenta Joana.
Superlotação
Na chácara onde a família montou a casa improvisada, vivem a irmã de Joana, o cunhado e mais oito sobrinhos. A ideia inicial era se alojar na casa da irmã, mas pelo excesso de pessoas, isso não aconteceu.
“Primeiro pedi ajuda à minha irmã para encontrar uma casa. Ela ofereceu para irmos morar com ela, mas a casa é pequena, são só três cômodos. Então, ela falou com o dono da chácara que cedeu o lugar para ela morar e pediu para ele ceder o chiqueiro, que já não abrigava os porcos há alguns dias”, lembra Joana.

Mãe se nega a deixar o local sem seus pertences (Foto: Cristina Cabral/Jornal O Popular)

A família limpou o local e instalou os móveis no local e cercou com plástico para que eles não molhem com a água da chuva. Mesmo assim, o mau cheiro, segundo Joana, “incomoda demais” e o local tem goteiras.
A casa da família em São Francisco está à venda, mas até agora não apareceu nenhum comprador. “Não tenho pretensão de voltar para lá. Se conseguirmos vender a casa vou comprar nem que seja um lote e depois, se for o caso, peço ajuda para construir”, planeja Joana.
Como a família se nega a sair do chiqueiro sem levar os móveis, a prefeitura pensa em outra solução para o problema. "Vamos, juntos com a promotoria da cidade, estudar a melhor forma para retirá-los de lá", afirma a assistente social Vanda