Documento propõe escolas onde Libras seja a língua materna.
São duas propostas: uma para a prefeitura e outra para o governo.
O evento vai elaborar documentos a serem encaminhados ao poder executivo, pedindo uma nova forma de educação no estado. A intenção é incentivar a criação das escolas bilíngues, que têm a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) como língua materna e o português como segunda língua. “Estamos agora lutando para aumentar essa proposta, com objetivo das escolas bilíngues. É importante na sala da aula ter a segunda língua. É importante ter esse incentivo; estamos programando a proposta para entregar e divulgar. [...] São duas propostas: de 1ª a 8ª série para a prefeitura, e do ensino médio para o governo”, contou Williane Virgínio, coordenadora do Centro Suvag, que é a única instituição de ensino bilíngue no estado.
De acordo com a diretora do Centro Suvag de Pernambuco, Liliane Longman, a criação de espaços que respeitem os surdos e sejam adequados para sua educação é muito importante para a inserção dessas pessoas na sociedade. “Pensar numa escola para surdos é pensar numa escola que trabalha o surdo na sua diferença cultural, histórica e política. Para isso, tem que pensar que ela toda tem que saber a língua de sinais, aprofundar a língua de sinais, porque todos os surdos têm que estudar sua língua culta”, esclareceu.
Uma das vantagens do modelo de educação solicitado, em comparação à inserção de intérpretes em salas de aulas comum, é o aperfeiçoamento dos surdos em relação à Libras. “Isso é uma exclusão. Sabemos que 99% dos surdos são filhos de pais ouvintes. Então, uma criança, quando chega na escola, não sabe falar nenhuma língua. O intérprete, então, vai interpretar quem?”, questionou Longman.
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