MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 19 de agosto de 2012

Especialistas criticam projeto do metrô


João Pedro Pitombo

  • Gildo Lima| Agência A TARDE
    Discussão sobre o metrô ocorreu na Assembleia Legislativa com a presença de apenas quatro deputados
O projeto de construção e gestão da segunda linha do metrô de Salvador, entre a Avenida Bonocô e Lauro de Freitas, foi criticado por especialistas nesta sexta-feira, 17, na primeira audiência pública realizada para debater a proposta e colher as contribuições da sociedade civil. A discussão aconteceu numa Assembleia Legislativa esvaziada e contou com a participação de apenas quatro dos 63 deputados.
As críticas levaram em conta aspectos técnicos do projeto e da licitação, além de questões pertinentes ao efeito social da construção de estações e terminais de integração em áreas como a da Rodoviária e do início da Avenida Gal Costa.
Presidente da Associação dos Engenheiros Ferroviários da Bahia, Rafael Vasconcelos criticou o traçado proposto para a linha 2, que possui rampas com até 4,5% de inclinação, o que geraria um maior gastos para construção, além de um maior custo para operação do sistema. "O traçado é difícil e sinuoso, com rampas elevadíssimas. É ainda pior do que o proposto para a linha 1", destacou. Chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano, Eduardo Coppelo, prometeu levar a questão para uma análise técnica.
Vasconcelos também criticou uma possível falta de demanda do sistema a partir da estação do Imbuí, além do fato de regiões densamente povoadas como Cajazeiras e o subúrbio ferroviário ficarem de fora do projeto. "Não há sequer uma ligação com o trem do subúrbio, que foi desprezado neste projeto", criticou Rafael Vasconcelos.
Professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, Ana Fernandes questionou a falta de especificação do projeto sobre o que será feito com as famílias das áreas que serão desapropriadas. "É preciso que haja uma preocupação com as populações circunvizinhas". Já o presidente da Associação de Moradores de Saramandaia, Abraão Joviniano levantou dúvidas sobre o que será feito dos ambulantes que atuam na região da Rodoviária, caso a área seja repassada para um ente privado como parte do projeto de concessão.
Empréstimo - A audiência foi realizada no mesmo dia em que o Diário Oficial  publicou a lei  que autoriza o Estado a contratar a operação de crédito de até R$ 600 milhões junto à Caixa Econômica Federal para viabilizar a obra, que tem um custo estimado em R$ 3,5 bilhões. De acordo com o secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, o objetivo  é chegar à Copa do Mundo com a linha 1 entre a Lapa e Pirajá em funcionamento, mais a linha 2 no trecho entre a Bonocô e a estação Pernambués. A obra completa só deve ficar pronta em 2016.
Além da construção do metrô, o projeto prevê a implantação de quatro viadutos ao longo da linha: serão dois no Imbuí, um na Avenida Orlando Gomes e um na Avenida Dois de Julho, em Lauro de Freitas. Também há previsão de implantação de terminais de integração do metrô com o sistema de ônibus  na Bonocô, na Rodoviária, em Pituaçu, no Aeroporto e em Lauro de Freitas, que se somarão ao terminal de Mussurunga.
Rui Costa ainda afirmou que pelo menos quatro consórcios já demonstraram interesse em disputar a licitação para construção e operação da linha 2 do metrô em reuniões com o governo. Os nomes das empresas, contudo, não foram revelados.
A próxima audiência será na segunda-feira, no Cine Teatro Lauro de Freitas.

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