30ª edição da competição reúne as melhores linhagens no RS.
Um único animal pode chegar a custar R$ 6 milhões.
Freio de Ouro reúne melhores linhagens. Na foto, o ginete Gustavo Aranitsch durante a competição (Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
A lida no campo com os rebanhos de gado inspirou criadores de cavalo da raça crioulo a criar uma disputa no Rio Grande do Sul. Na sua 30ª edição, o Freio de Ouro reúne as melhores linhagens dos animais em uma competição que visa ao mérito. O evento ocorre todos os anos durante a Expointer, em Esteio, e nesta edição comemora também os 80 anos da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Rápidos, fortes e inteligentes, os animais mascotes do gaúcho simbolizam a força e a beleza do pampa.Quando o ginete entra na arena montado no cavalo, o público de centenas de pessoas urra como em final de Copa do Mundo. Ali, aos olhos da plateia, o bicho precisa mostrar seu melhor desempenho através de tarefas que imitam as cenas cotidianas do campo. Avaliado pela sua morfologia, que inclui angulações, tipicidade, aprumos e linhas, ele deve cumprir as atividades e mostrar também funcionalidade.
A tradição da raça é típica da região. O cavalo crioulo foi por muito tempo uma ferramenta de trabalho e faz parte do contexto histórico do Rio Grande do Sul. “Foi ele quem cuidou das fronteiras do país e lutou nas guerras”, lembra o superintendente do serviço de registro genealógico da ABCCC, Rodrigo Teixeira.
Com o tempo, os criadores sentiram a necessidade de comparar seus animais e, dali, surgiu a ideia de criar o Freio de Ouro. A primeira edição ocorreu em 1982. “Era um tipo esculpido na natureza mais bruta”, descreve a exposição da Associação sobre as primeiras características do animal, há oito décadas.
Finais do Freio de Ouro ocorrem neste fim de semana
(Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
Uma pesquisa divulgada recentemente pela ABCCC mostra que a criação da raça movimenta mais de R$ 1,28 bilhão e gera 238 mil empregos por ano em todo o país. Com um plantel de 315 mil animais brasileiros, cada exemplar crioulo é responsável por movimentar anualmente R$ 4.065,83. “Um único animal pode chegar a custar seis milhões de reais”, aponta Ricardo Borges, vice-presidente técnico.(Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
Se avaliado por sua capacidade reprodutiva, os números são bem mais altos. “Eles também são vendidos por cotas”, explica Teixeira.
Em busca do Freio de Ouro
Antes de chegar à Expointer, a disputa é dividida em 65 etapas credenciadoras em todo o país e 12 eliminatórias regionais. Em 2012, o Freio de Ouro recebe 104 bichos. O vencedor é o que recebe mais pontos. “Nós não nos atrevemos a dar um prêmio quantificado. É impossível dizer que o Freio de Ouro vale um carro, por exemplo. Por isso o ganhador não leva dinheiro para casa. A conquista é o mais importante”, salienta Teixeira.
A novidade na competição deste ano são os exames antidoping. Avaliados durante as classificatórias, a organização quer garantir que os cavalos não sejam exigidos além do seu limite. Na opinião do jurado Rosa, este é um ano muito importante para o evento: “além do aniversário de 80 anos da ABCCC, nunca se viu tantos animais tão morfologicamente diferenciados”.
Neste sábado (25) ocorrem as etapas finais do Freio de Ouro. No domingo (26), o grande vencedor será conhecido entre 14 finalistas.
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