MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Imprensa precisa manter equilíbrio da informação, diz Nobel da Paz


Arcebispo sul-africano Desmond Tutu diz que 'liberdade é preciosa'.
Ele falou na abertura do 5º Congresso da Indústria da Comunicação, em SP.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo

'A mídia é poderosa e pode usar seu poder para o bem da sociedade', afirmou Desmond Tutu (Foto: Gabriela Gasparin/G1)'A mídia é poderosa e pode usar seu poder para o
bem da sociedade', afirmou Desmond Tutu
(Foto: Gabriela Gasparin/G1)
O arcebispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o Apartheid na África do Sul, afirmou nesta segunda-feira (28) que comunicadores também são seres humanos e que precisam ficar atentos para manter o equilíbrio de informações na imprensa.
O arcebispo fez a declaração na abertura do 5º Congresso da Indústria da Comunicação, realizado em São Paulo, em uma palestra com o tema “Liberdade de expressão e democracia”. O congresso, que reúne 37 entidades ligadas à indústria da comunicação, vai debater, até o dia 30 de maio, as principais questões que afetam o setor no país.

“A liberdade é preciosa. A mídia é poderosa e pode usar seu poder para o bem da sociedade (...). Mas, assim como o governo, comunicadores também são seres humanos, que podem ter a comunicação distorcida. Por isso temos que ter esse equilíbrio mantido”, afirmou a uma plateia formada por comunicadores, diretores de veículos brasileiros de comunicação e pela imprensa.
Desmond Tutu, contudo, elogiou a evolução da liberdade de expressão no Brasil, após o fim da Ditadura Militar e a criação da Constituição de 1988. “A Constituição declara o direito à liberdade de comunicação e, como extensão lógica, a liberdade dos agentes de comunicação. A Constituição brasileira garante direito de cada brasileiro se expressar (...). Garante a expressão livre do pensamento, independente de censura ou licença”, afirmou.
A imagem de agora é de uma terra brasileira de um grande sucesso"
Desmond Tutu
O arcebispo citou, ainda, a evolução do Brasil como "player" global, lembrando que o país vai sediar eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“Eu visitei esse país pela primeira vez no inicio da década de 1970, quando o Brasil e praticamente toda a América Latina estavam sendo alastrados pela epidemia de golpes e ditaduras militares. O contraste entre aquela época e agora não poderia ser tão espetacular, é de tirar o fôlego”, afirmou.

“Essa era a imagem de antes do Brasil, quando ele era mais conhecido pelos seus grandes jogadores de futebol e pela estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (...). A imagem de agora é de uma terra brasileira de um grande sucesso”.
Roberto Civita, ministro Carlos Ayres Britto e Gilberto Leifert (da esq. para a dir.), participaram de debate (Foto: Gabriela Gasparin/G1)Roberto Civita, ministro Carlos Ayres Britto e
Gilberto Leifert (da esq. para a dir.), participaram de
debate (Foto: Gabriela Gasparin/G1)
Expressão comercialApós a fala do Nobel da Paz, o evento recebeu uma mesa de debates sobre a “Liberdade de Expressão Comercial e Democracia”. A discussão envolveu o presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Gilberto Leifert; o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita; e o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto.

Na visão de Leifert, mesmo com a abolição da censura com a Constituição de 1988, que consagrou a livre iniciativa, a livre concorrência e o direito do consumidor, o setor comercial vem sofrendo o que ele chama de bullying. “Os consumidores são livres para suas escolhas e as empresas são livres para se comunicar com os consumidores. Essa liberdade está sofrendo bullying, com anúncios sendo processados por ilegalidades de cunhos ideológicos”, disse.

Ele defende que as escolhas do consumidor devem ser livres. “Para que o produto possa ser anunciado, precisa ser lícito e seguro para consumo, os poderes públicos terão autorizado
sua fabricação, comercialização e consumo”, afirmou. “Não podemos impor restrição à publicidade, o Código de Defesa do Consumidor já pune anunciantes com propaganda”.

O ministro Ayres Britto salientou que, no caso da liberdade de imprensa, a Constituição tomou cuidados. De acordo com ele, a imprensa é livre, mas há também a previsão de responsabilização por danos morais, direito de sigilo a fontes, e punições por crimes de calúnia, injúria e difamação. “A Constituição concede liberdade com responsabilidade e na aplicabilidade do próprio Código Penal”, ressaltou.

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