MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 1 de maio de 2012

Em PE, 60% das famílias ainda impedem doação de órgãos


Possíveis doadores devem avisar interesse aos parentes.
Coordenadora da Central de Transplantes foi entrevistada no Bom Dia PE.

Do G1 PE

Neste mês de maio, escolhido para ser de incentivo à doação de órgãos, os telejornais da Rede Globo Nordeste estão mostrando como as pessoas podem salvar vidas através de doação de órgãos. Dando continuidade às discussões sobre o tema, o Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (1º) realizou entrevista com a coordenadora da Central de Transplantes do estado, a médica Zilda Cavalcanti. Ela alertou que as pessoas que querem ser doadoras devem comunicar a decisão aos familiares. Em Pernambuco, 60% das famílias ainda impedem que seus parentes sejam doadores após a morte.

De acordo com a Central de Transplantes, atualmente, 3.213 pessoas estão na fila, esperando a doação de órgãos. Dessas, 1.855 precisam de um novo rim; 1.224, de córnea; 126 aguardam a doação de fígado; cinco aguardam um pâncreas; e três pessoas precisam de um coração. Para ser doador e salvar a vida de algum desses pacientes, a legislação brasileira diz que família tem que autorizar.

“Existem duas formas de fazer a doação: através de tecidos, que é feita após a parada cardíaca – após seis horas, qualquer pessoa pode doar as córneas, por exemplo; e a doação de órgãos sólidos, como coração, fígado, que é só é possível na condição de morte encefálica, que é quando o cérebro morre e o coração continua batendo. Nesse caso, tem que ser uma avaliação individual do médico, de acordo com o funcionamento”, explica a médica. A pessoa viva e consciente ainda pode realizar a doação de um dos rins, parte do fígado - quando é de um adulto para uma criança - parte do pulmão e a medula óssea.

Muita gente, entretanto, ainda tem dúvida em relação à morte encefálica. Porém, exames já indicam a certeza de que a pessoa pode doar os órgãos. “É estabelecido um protocolo do Conselho Federal de Medicina, em que são feitos dois exames médicos, com intervalo de seis horas, feito por médicos diferentes, sendo um deles um neurologista ou um neurocirurgião. Também é realizado um método grafado. Todos esses três exames confirmando a morte, essa pessoa é considerada morta tanto para a medicina quanto para a legislação”, falou Zilda Cavalcanti.
A médica ainda fez questão de lembrar que nem todas as pessoas que morrem têm morte encefálica, como uma pessoa que tem uma injúria no sistema nervoso, com um tiro na cabeça, por exemplo. A doação de órgãos só pode ser feita por aquelas pessoas decretadas com morte encefálica. “São pacientes graves, que estão em UTI, na unidade de trauma, pacientes críticos. O paciente não respira só, só com ajuda dos aparelhos. O cérebro está morto e o coração só consegue bater por algumas horas”, falou a médica.

“A gente solicita que aquele doador avise a seus familiares, pois com certeza faz a diferença. A gente entende que o diagnóstico de morte encefálica é novo e que a morte tem um contexto cultural importante. Mas o diagnóstico de morte encefálica é seguro, e as pessoas podem ter certeza que realmente o familiar está morto, que só está ali por um tempo curto. É só o tempo de ser solidário”, concluiu. As pessoas que precisam de transplante devem procurar um médico especializado ou entrar em contato com a Central de Transplantes pelo site ou pelo telefone 0800-281-2185.

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