MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Carroças vão passar por fiscalização mais rigorosa em Belém


Companhia de Transportes de Belém fará o cadastramento das carroças.
Animais sofrem maus-tratos e chegam a ser abandonados nas ruas.

Thais Rezende Do G1 PA

Carroceiros serão cadastrados pela Prefeitura de Belém (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)Carroceiros serão cadastrados pela Prefeitura de Belém (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)
Belém, conhecida como “Cidade das Mangueiras”, atualmente também é caracterizada pelo tráfego intenso nas ruas. No cenário atual, em que a aquisição do veículo se tornou mais acessível, ainda há quem utilize um meio de transporte primitivo: as carroças puxadas por animais, que muitas vezes são maltratados pelos donos.
A Companhia de Transportes de Belém estima que existem cerca de 1.700 carroças circulando em Belém, incluindo na Ilha de Cotijuba. No mês de junho, o órgão está planejando fazer um cadastramento destes animais, para que a regulamentação, acordada entre a CTBel, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e o Centro de Zoonoses comece a valer.
"Temos um grande problema: 95% dos animais que hoje estão na rua têm problemas sérios de saúde. A partir do cadastro das carroça, o animal terá que fazer uma avaliação e, se não estiver bem, a carroça não poderá mais circular", explica Paulo Serra, diretor de transporte da CTBel.
Os carroceiros circulam por toda a parte, nas áreas periféricas e também no centro da cidade. As carroças são utilizadas para o transporte de pessoas e, principalmente, para carregar materiais de construção e entulhos.
Muitas vezes, as carroças atrapalham o trânsito, já que os cavalos não atingem a mesma potência de um motor. A reportagem do G1 flagrou um carroceiro avançando o sinal vermelho em uma via no centro de Belém, colocando a vida dele e do cavalo em risco.
Carroceiro foi flagrado avançando o sinal vermelho no centro de Belém (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)Carroceiro foi flagrado avançando o sinal vermelho no centro de Belém (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)
Mas, infelizmente, a maioria dos carroceiros não está preocupada com a saúde destes animais e chegam a abandonar os bichos quando eles estão doentes ou velhos demais para trabalhar. Apesar de ser a forma de sustento de uma família, a maioria força os animais trabalhar exaustivamente, puxando grandes pesos em uma carroça nem um pouco adequada para o serviço de tração.
Mesmo após um longo dia de trabalho, vários destes animais não recebem sequer um banho ou alimentação, sendo soltos nas vias públicas para que se alimentem de capins de beira de rua. Isto contribui muito para a ocorrência de acidentes de trânsito e morte destes animais por atropelamento.
Projeto Carroceiro
A Universidade Federal Rural da Amazônia, que oferece o curso de Medicina veterinária, criou o Projeto Carroceiro, que atende animais que trabalham em carroças gratuitamente, além de tentar conscientizar os donos sobre a importância de manter estes animais saudáveis.
Animais são forçados a carregar sobrecarga de peso (Foto: Divulgação/ Projeto Carroceiro )Animais são forçados a carregar sobrecarga de
peso (Foto: Divulgação/ Projeto Carroceiro )
O coordenador do projeto, Djaci Barbosa, explica que a maioria não tem interesse em levar o animal para ser tratado na universidade. “Na maioria das vezes atendemos animais apreendidos por meio de denúncia ou abandonados. Eles sofrem ferimentos por acidentes de trânsito, por sobrecarga de peso, ou por já estarem trabalhando há muito tempo”, explica o professor.
No projeto, são atendidos cerca de 15 animais por mês. Os cavalos e jumentos vivem de 10 a 12 anos, mas, em Belém, quando começam a trabalhar, duram no máximo dois anos.
O professor ressalta que existe a Lei Municipal 8163 de 2003, que regulamenta a situação do animal dentro da grande Belém, mas conta que a lei não é cumprida porque falta infraestrutura do município para fiscalizar. “Os carroceiros estão a vontade, maltratam e chegam a matar os animais”, afirma o professor Djaci.
O diretor de transportes da CTBel, Paulo Serra, esclarece que já foram chamados seis servidores aprovados no concurso e que pretende chamar ainda outros aprovados, para que trabalhem na fiscalização. Segundo Serra, os seis chamados passam atualmente por um período de treinamento.
Quem quiser pode ajudar o Projeto Carroceiro doando ração, medicamentos, materiais de procedimento, ferramentas ou materiais de manejo (cordas, arreios, selas etc.) ou em espécie. Mais informações pelos telefones: 3210 5264 / 3210 5137.

Companhia de Transportes de Belém estima que existem 1.700 carroceiros nas ruas da capital (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)Companhia de Transportes de Belém estima que existem 1.700 carroceiros nas ruas da capital (Foto: Thais Rezende/ G1 PA)

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