MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 27 de novembro de 2011

Ronaldinho desencanta, Fla bate o Inter e volta à zona da Libertadores

 

Rubro-Negro vence o Colorado por 1 a 0, volta ao G-5 e fica mais perto da vaga. Gaúchos precisam vencer o Gre-Nal e secar concorrentes

Por Richard Souza Macaé, RJ
 
Uma escalação surpreendente, um craque sortudo e um goleiro que mais parecia uma parede. Num domingo de reencontro com a vitória após três jogos de jejum, o Flamengo superou o Inter, rival direto na disputa por uma vaga na Libertadores da América, voltou ao G-5 e só depende dele para ir à competição continental na próxima temporada. No estádio Cláudio Moacyr, em Macaé, no Norte Fluminense, o Rubro-Negro foi engolido no primeiro tempo, mas mesmo assim conseguiu sair na frente. Ronaldinho voltou a marcar depois de pouco mais de dois meses. Depois, fechou a porta, jogou a chave fora e conseguiu manter um resultado importantíssimo. O placar de 1 a 0, magrinho, tem importância gigantesca. Com 60 pontos, a equipe sobe da sexta para a quarta posição e só precisa de um ponto no clássico contra o Vasco para ficar com a vaga, na última rodada.
O Colorado, que se via em situação até certo ponto tranquila, não depende mais do próprio esforço. Com 57 pontos, está em sexto, vai precisar vencer o Grêmio e torcer por uma derrota do próprio Flamengo ou para que o Coritiba não vença o Atlético-PR, na Arena da Baixada. Faltou sorte ao time vermelho. Faltou calma ao zagueiro Rodrigo Moledo, que falhou no lance que decidiu o confronto.  
Domingo que vem, o Flamengo enfrenta o Vasco. O local da partida ainda será definido. O Inter recebe o Grêmio no Beira-Rio. Todas as partidas da última rodada do Brasileirão serão às 17h (de Brasília).
Mãozinha para R10
É caprichoso esse tal de futebol. E também é cruel. O Inter que o diga. Foram 45 minutos de domínio, de futebol mais organizado e vistoso, de absoluto controle tático. De algumas boas chances de abrir o placar no Moacyrzão. O gol poderia ter saído com Leandro Damião, em cabeçada forte que Felipe espalmou. Com D’Alessandro, o melhor em campo, em chute colocado que buscava o ângulo. Ou com Gilberto, numa conclusão de dentro da área. Poderia, poderia, poderia...
O Flamengo correu sério risco de ir para o intervalo sob vaias. Cheio de mudanças, o Rubro-Negro jogou na base da vontade. Esforço que não escondeu as deficiências da equipe. Vanderlei Luxemburgo surpreendeu na escalação. Welinton voltou a ser titular, Rodrigo Alvim, que poucas vezes foi relacionado no campeonato, substituiu o suspenso Junior Cesar - e foi muito vaiado. No meio, Fierro ganhou uma chance. No ataque, Deivid sobrou. O camisa 9, artilheiro do time na competição com 15 gols, foi para o banco. Thomás entrou e fez dupla com Ronaldinho.

Como referência na linha de frente, R10 vagou em campo, quase não tocou na bola. Uma cobrança de falta que explodiu no peito do goleiro Muriel, algumas tentativas frustradas de dribles e arracandas, um carrinho violento em Nei. Foi o pouco que ele fez. Mas quando fizeram por ele, soube aproveitar. Aos 46 minutos, Thiago Neves tentou cruzamento para a entrada da área, o zagueiro Rodrigo Moledo cortou errado e entregou a bola para o camisa 10. Com calma e categoria, o Gaúcho entrou na área e bateu na saída de Muriel. Gol com jeitão de soco no estômago dos colorados: 1 a 0.

Se gol tivesse nome, este poderia ser chamado de alívio. Ronaldinho, que vive os dias mais conturbados desde a chegada ao Flamengo, não marcava havia dois meses, desde 21 de setembro. Na comemoração, ele encarou os reservas do Inter, saltou, abraçou e foi abraçado, reverenciou a torcida, sambou. Oitavo gol dele em 14 partidas contra o Colorado.
Um torcedor do Flamengo atirou uma garrafa plástica na direção do trio de arbitragem logo depois do encerramento da primeira etapa. Evandro Rogério Roman recolheu o objeto e deve relatar na súmula.

Fla vai na raça, e Felipe segura o Inter
O Inter voltou para o segundo tempo com a certeza de que havia sido bem melhor na etapa inicial, mas com prejuízo no placar. Esbarrou num adversário fortalecido e nos próprios erros. D’Alessandro já não jogava tão bem, Oscar andava sumido, Nei não apoiava tanto, e Damião pouco recebia bolas na área. Pior: o Flamengo quase ampliou com um voleio de R10 – Kléber salvou sobre a linha – e numa cabeçada de Welinton que passou rente à trave. A primeira chegada com perigo do Colorado foi aos 14. D’Alessandro recebeu passe na entrada da área, bateu colocado, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.
Dorival Júnior não esperou muito e lançou Andrezinho no lugar do atacante Gilberto. O toque de bola colorado melhorou, e a equipe passou a fazer pressão. Muita pressão. Ali começava a aparecer outra figura do jogo: Felipe. Numa sequência de ataques da equipe vermelha, o camisa 1 virou um muro. Foi bem nas saídas de gol, não deu rebotes e fez até milagre. Quando Damião recebeu passe na área, Alex Silva até tentou acompanhá-lo, mas o artilheiro girou rápido e bateu forte. Felipe pegou de forma incrível. Na sequência do lance, o atacante dividiu com Fierro e caiu na área. O árbitro nada marcou, mas os gaúchos pediram pênalti. D’Ale também tentou em chute de longe, mas em sucesso.

Luxa lançou Negueba na vaga de Thomás, mas a postura rubro-negra pouco mudou. O time esperava o Inter, se defendia a todo custo e buscava jogar nos contra-ataques. Os gaúchos se lançavam cada vez mais, só que batiam e voltavam. Dorival Júnior foi expulso por reclamação. O tempo foi passando, passando, até que o cenário se tornou irreversível.

Foi um domingo especial para os rubro-negros. Dia de dar um tempo na crise, de crescer na hora certa para não deixar o projeto afundar. Foi um domingo chato para os colorados. Dia em que nada deu certo, de frustração. Domingo que vem tem mais.

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