MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 18 de setembro de 2011

Produtor de Rio Verde (GO) decide fazer a colheita do feijão à noite

 

Empresário rural faz também adaptação em máquina para não perder nada.
São colhidas 185 sacas por hectare e cada uma deve ser vendida a R$ 140.

Do Jornal do Campo GO
Um produtor rural de Rio Verde (GO), Antônio Carlos Grande, opta por colher o feijão no período da noite para evitar perdas. E para não perder nada da lavoura, ele ainda fez uma adaptação na máquina de colher. O produtor está colhendo uma média de 185 sacas por hectare e espera vender a saca por no mínimo R$ 140.

Antônio Carlos Grande plantou pela primeira vez uma nova variedade de feijão. A semente foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e levou dez anos para ficar pronta. Os grãos da BRS Estilo são graúdos e de cor clara. Mas o produtor não quis esperar a maturação natural da planta e usou dessecante para antecipar a colheita. Só que o clima seco e a alta temperatura fizeram com que os grãos se desprendessem da vagem com mais facilidade.
E foi aí que surgiu um problema. Se a colhedeira entrasse na lavoura, muito feijão poderia ser desperdiçado. “Se ele está quente demais, no atrito com a máquina vai bater nas vagens. A vagem vai abrir e vai cair o feijão no chão. Ela não vai recolher”, explica Antônio.
Para diminuir a perda, o produtor rural resolveu fazer a colheita à noite, quando a temperatura diminui. O trabalho não é feito de forma convencional. Antônio fez uma adaptação na máquina para obter um melhor resultado.

“A gente adaptou esses levantadores, que ele levanta o feijão para a navalha não cortar as vagens para que não haja perda de grão. Há também uma adaptação para coar a terra e não ir terra dentro da máquina. É uma chapa furada, que se chegar a entrar terra, a terra cai aqui”, mostra Antônio.

“Isso nunca foi feito antes. Como ele secou demais a gente preferiu escolher as horas mais frescas. E aí a gente começou à tarde e viu que o material permitia a gente ir colhendo à noite. E aí, a gente continuou noite adentro”, comenta o produtor.

“É uma alternativa paleativa. Pelo fato de a umidade estar bem baixa durante o dia e a temperatura muito elevada, o feijão tende, quando passa da hora de colheita, a um debulhamento prematuro, natural e muito rápido. Então ele se abre, caindo os grãos no solo. À noite, a umidade relativa aumenta e a temperatura diminui, e essa abertura natural de vagem é diminuída. Então a perda na colheita é menor”, o agrônomo Augusto César de Oliveira Gonzaga.

Antônio Carlos usou a ideia de fazer a colheita noturna em todos os 44 hectares onde o feijão foi plantado. Além de evitar o desperdício do grão, o trabalho feito à noite trouxe também economia. “O aproveitamento está grande demais. Trabalha satisfeito. Durante o dia estaríamos perdendo uns 20% a 30%, e a noite não está perdendo nada. A gente trabalha até amanhecer, se for preciso”, anima-se o produtor.

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