MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hospitais psquiátricos enfrentam dificuldades financeiras em Goiás

 

Problema ocorre nas cidades de Anápolis, Rio Verde e Jataí.
Promotor de justiça afirma que é obrigação do Estado manter as unidades.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Clínicas e hospitais que atendem pacientes com transtornos mentais pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão com dificuldades para manter as portas abertas. O problema ocorre em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Rio Verde e Jataí, no Sudoeste de Goiás.
Anápolis
O Sanatório Espírita de Anápolis, referência no atendimento a pessoas com transtornos mentais, anunciou que pode fechar as portas no dia 2 de novembro. Segundo a direção administrativa do sanatório, 90% das despesas são pagas com o dinheiro do Governo Federal por meio do SUS, o restante vem de convênios e serviços particulares. De acordo com a direção, o hospital psiquiátrico recebe, por mês, R$ 450 mil pelos atendimentos realizados, mas gasta R$ 500 mil.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que um decreto para o repasse do dinheiro ao Sanatório Espírita foi assinado e publicado na semana passada, e que se não houver nenhum impedimento jurídico, a verba vai começar a ser repassada para a unidade em outubro. O valor de R$ 1,2 milhão será dividido em 12 parcelas.
A Secretaria de Saúde de Anápolis anunciou que vai liberar uma verba de R$ 200 mil para o hospital. A proposta será encaminhada para a Câmara de Vereadores nos próximos dias e o valor será dividido em quatro parcelas. A intenção é liberar a primeira parcela do repasse em outubro.
Rio Verde
Em Rio Verde, existem duas clínicas psiquiátricas que recebem verba do Sus. Uma delas passa por problemas financeiros porque o repasse é baixo e a outra conta com doações da comunidade para fazer os tratamentos. Segundo o presidente de uma das clínicas os R$ 53 mil repassados pelo SUS são suficientes para o atendimento de 38 pacientes. Atualmente estão na clínica 62 internos.
O problema se repete em outra clínica da cidade. Segundo a direção administrativa do sanatório, o repasse não é suficiente para completar o quadro de funcionários do local e o último reajuste feito pelo SUS foi há seis anos.
O Ministério da Saúde informou que o valor do repasse das diárias aos sanatórios de Rio Verde está dentro do acordo firmado, mas que podem ser renegociados. O Ministério disse ainda que iniciou um processo de auditoria para avaliar a situação de todos os hospitais psiquiátricos do país.O objetivo é verificar a relação dessas unidades com a rede de atenção psicossocial e com a gestão dos municípios, estados e do Governo Federal.
Jataí
E além desses casos de Rio verde e Anápolis, há outra unidade de tratamento psiquiátrico com dificuldades. Em Jataí, no sudoeste do estado, funciona - há 59 anos - um albergue, que segundo os responsáveis, é filantrópico e mantém convênio com o SUS. Atualmente, abriga cerca de 50 pessoas com problemas mentais, dependentes de álcool e drogas e além de Jataí, o albergue atende outros 12 municípios da região.
De acordo com o presidente, Orley Assis Lima, a instituição trabalha sempre no vermelho, mas não tem dívidas. Na próxima semana está prevista uma reunião com o Ministério Público de Goiás para discutir a situação financeira do albergue. Segundo ele, a preocupação é que a instituição não feche, como ocorreu há poucos meses com o Hospital Regional de Jataí.
Goiânia
Em Goiânia, o atendimento oferecido pela rede municipal a doentes mentais conta com sete Centros de Atendimento Psicossocial (Capsi). Quatro deles atendem adultos, um atende crianças e adolescentes e dois atendem dependentes de álcool e drogas. Somente os casos de emergência são encaminhados ao pronto socorro Wassily Chuc. O ambulatório municipal atende consultas de pacientes com transtorno mental.
Em todo o Estado, dez hospitais ou clínicas psiquiátricas atendem pelo SUS. Destes, cinco ficam em Goiânia.
A Superintendente de Atenção Integral à Saúde Mabel Cala de Rodriguez alega que o ideal seria aumentar o número de leitos ambulatoriais. “A política nacional nos diz que precisamos diminuir o número de internações para poder aumentar o tratamento ambulatorial, porque é mais digno para a pessoa poder ser atendido e ficar na sua família.”
O promotor de justiça Marcelo Celestino afirma que é obrigação do Estado manter essas unidades. “Deve ficar bem claro que a necessidade existe, faz parte do sistema de saúde mental o tratamento em leitos hospitalares. O Estado tem que entrar com recursos assim como o município e não só o Governo Federal.”

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