Londrina
será uma das cidades-sede oficiais do NASA Space Apps Challenge 2025,
maior hackathon do mundo, promovido pela própria agência espacial
norte-americana. A organização local ficará sob a liderança do professor
João Marcos Brandet, da rede estadual do Paraná, reconhecido
internacionalmente pelo impacto de seus projetos em ciência, tecnologia,
inovação e inclusão.
Professor
de programação, robótica, física e matemática, João tem sido
protagonista de uma transformação silenciosa, mas poderosa, dentro das
salas de aula. Usando o pensamento computacional como ferramenta, ele
não apenas ensina lógica e código, mas empodera estudantes a enxergarem
novos horizontes. Essa transformação é potencializada pelo uso da
plataforma Start by Alura, adotada oficialmente pelo Governo do Paraná
como material didático nas escolas públicas. A solução oferece uma
estrutura completa e acessível para a implementação da BNCC da
Computação, preparando os estudantes para as demandas de uma sociedade
cada vez mais tecnológica, fortalecendo habilidades socioemocionais e
criatividade, fundamentais para lidar com o mundo digital.
“A
programação é o que abre a porta, mas o que realmente transforma é a
maneira como os alunos passam a pensar de forma lógica, crítica e
criativa. Muitos deles conseguem bolsas de estudo, passaram em
vestibulares e se tornaram protagonistas das próprias histórias”,
comenta Brandet.
A
trajetória do educador reforça os pilares do pensamento computacional:
decomposição, abstração, reconhecimento de padrões e construção de
algoritmos. Com o apoio da Start, essa abordagem tem saído do papel e
ganhado vida em sala de aula, promovendo inclusão, engajamento e impacto
social real por meio da educação tecnológica. Esse suporte foi
essencial para que educadores conseguissem integrar o pensamento
computacional a projetos concretos, capazes de gerar impacto social e
conquistar reconhecimento internacional. “O mais valioso da programação é
que ela nos ensina a resolver problemas. Não apenas com computadores,
mas com lógica, empatia e colaboração. O aluno aprende a ouvir o outro, a
mediar conflitos e a construir soluções em grupo. Isso vale para a
vida”, explica o professor. Além dos projetos com foco em astronomia,
João Marcos e seus alunos também criaram jogos educativos para ensinar
meio ambiente, matemática, química e literatura.
Inovação acessível: quando propósito e criatividade rompem barreiras
Tudo
começou com a criação de jogos educativos no Scratch, uma linguagem de
programação visual, para ensinar astronomia a alunos de baixa renda com
dados reais do programa espacial americano. Os jogos foram traduzidos
para o inglês, integraram conceitos interdisciplinares e resultaram em
um aplicativo que reúne jogos em diversas linguagens de programação. O
projeto foi um dos destaques do NASA Space Apps Challenge em 2024,
atraindo o interesse de educadores de outros países.
Diante
da repercussão, a própria NASA nomeou o professor como um dos líderes
do evento global em 2025. “Quando a gente começou, nem sabíamos se o
computador ia ligar ou se a internet ia funcionar, mas persistimos.
Transformar obstáculos em aprendizado é, no fundo, o que o pensamento
computacional nos ensina”, diz o educador.
O
trabalho de Brandet vai além da tecnologia, ele e seus alunos
desenvolveram jogos acessíveis para pessoas com deficiência, utilizando
Libras, Braille e, mais recentemente, a língua de sinais britânica. Isso
os levou a criar parcerias internacionais, como com a National Deaf
Children’s Society, do Reino Unido. A iniciativa lhe rendeu um feito
inédito: ser o primeiro não-britânico laureado com o Prêmio de
Diversidade e Inclusão da British Society for Immunology, em parceria
com a Royal Society. “Esse prêmio não é só meu. É dos meus alunos, das
escolas públicas e do Brasil. Começamos com uma turma sem professor de
apoio, criando com papel e caixa de papelão. Hoje, temos projetos
aplicados em escolas fora do país. É inacreditável”, comemora.
Para
o docente, a verdadeira inovação nasce do propósito e começa com o
coração. “Ouça seus alunos, olhe para a realidade deles. A tecnologia,
por si só, não transforma, ela é uma ponte. O que realmente muda vidas é
o modo como a usamos para conectar saberes, resolver problemas reais e
despertar o protagonismo de cada estudante”, afirma.
Com
uma trajetória marcada por ações concretas e premiações, o educador
reforça que formar cidadãos críticos e sonhadores é o maior legado da
educação com propósito. “Não é sobre ensinar fórmulas ou programar robôs
apenas, é sobre plantar sonhos. Com propósito, até o impossível vira
experimento”. Agora, como um dos líderes do hackathon da NASA, seu novo
desafio é levar esse conhecimento ainda mais longe, conectando escolas
públicas de diferentes estados e países. “A ideia é formar redes de
pensamento crítico, colaboração e resolução de problemas globais a
partir das escolas públicas”, explica.
Um
dos maiores desafios, segundo o professor, é ampliar a divulgação e
envolver mais escolas na iniciativa. “Os alunos hoje estão acostumados
com respostas rápidas, vídeos curtos. E o hackathon é o oposto: exige
investigação, paciência, persistência. É uma forma de desenvolver a
cultura do esforço, da criação, da ciência. E isso muda vidas.”
Com
olhar para o futuro, Brandet reforça a importância de democratizar o
conhecimento e valorizar a ciência que nasce nas escolas públicas. “O
hackathon prova que a NASA não é algo distante, ela pode estar no
celular do aluno, na ideia que vira um aplicativo, no jogo que ele
desenvolve para ensinar um colega. Democratizar o acesso à tecnologia é
mostrar que inovação e ciência também nascem no chão da escola pública,
com criatividade, propósito e pertencimento”.
Sobre a Start (www.startalura.com.br) - Chancelada pela Alura, a maior escola on-line de tecnologia do Brasil, com foco em programação, ciência de dados e gestão de tecnologia, a Start
é uma solução completa de aprendizado que capacita escolas a
desenvolverem o pensamento computacional e habilidades digitais em
estudantes do Ensino Fundamental e Médio, em linha com as exigências da
BNCC da Computação.
Com
impacto significativo, já são mais de 2,5 milhões de estudantes, 25 mil
professores e 7 mil escolas beneficiados pela Start. A metodologia
combina conteúdo alinhado à BNCC de Computação, aulas bastante mão na
massa, formação continuada para educadores e ferramentas que permitem o
acompanhamento do desempenho dos alunos e alunas. Tudo isso é entregue
em uma plataforma intuitiva que incentiva o engajamento e oferece
certificação automatizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário