Quando o movimento “chama a Gleisi!" ganhou força política a ponto de se tornar notícia na imprensa, alertei na Gazeta do Povo que ela não era “levada a sério por ninguém em Brasília”. Guilherme Macalossi para a Gazeta do Povo:
Ninguém
pode se surpreender com a nomeação de Gleisi Hoffmann para o Ministério
das Relações Institucionais do governo Lula. É a legítima crônica de
uma tragédia anunciada. Um mês atrás, questionado sobre a possibilidade
de Gleisi ingressar no governo, Lula não desmentiu. Poderia ter
encerrado a especulação contemporizando, mas, ao contrário, preferiu
elogiá-la dizendo que ela tinha “competência para ser ministra em
qualquer país do mundo”. Ao não interromper a especulação, estimulou-a.
Dito e feito. Glesi ocupará o primeiro escalão com a missão de azeitar a
relação entre Executivo e Congresso.
Quando
o movimento “chama a Gleisi!" ganhou força política a ponto de se
tornar notícia na imprensa, alertei na Gazeta do Povo que ela não era
“levada a sério por ninguém em Brasília” e que isso seria o equivalente a
um “mergulho insano no lulopetismo profundo”. E cá estamos nós, com sua
nomeação confirmada.
Gleisi
é, como escrevi anteriormente, “uma fanática com todas as ideias
erradas na cabeça”. Além da supina ignorância econômica, ela também é
caudatária política da ditadura venezuelana. Foi sob sua presidência que
o PT endossou a fraude eleitoral promovida por Nicolás Maduro numa nota
asquerosa em que “saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral
ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica,
democrática e soberana”.
Ao
invés de ampliar o leque de sua aliança com os partidos de centro que
compõe a base do governo, Lula acenou para a ponta esquerda de seu
partido e premiou Gleisi, uma figura política que passou dois anos
fazendo fogo amigo contra membros do próprio governo. A decisão de Lula é
uma desmoralização adicional para Fernando Haddad, que foi o principal
alvo de Glesi.
A
escolha da nova responsável pela articulação política sinaliza que,
como escrevi em janeiro, “o governo pretende se fechar ainda mais”.
Talvez também movido pelo desespero da falta de alternativa. É
inequívoco que Lula perdeu o tempo correto para fazer a reforma
ministerial. Protelou até o limite, quando se viu enfraquecido pela
crise de popularidade. Afinal, a não ser um fanático, quem mais
embarcaria num governo perdido e com rejeição crescente?
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