Eduardo Monteiro*
Os
fertilizantes agrícolas desempenham missão expressiva na viabilização
da Aliança Global contra a Fome e a Miséria, proposta pelo Brasil na
Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. Esses insumos são fundamentais para
aumentar a produtividade das lavouras, o que, consequentemente, eleva a
produção de alimentos e contribui para a sustentabilidade do
agronegócio.
A
estimativa do mercado mundial de fertilizantes em 2024 é de um valor de
aproximadamente US$ 384 bilhões, com crescimento anual de 5,93%,
alcançando cerca de US$ 543 bilhões até 2030, segundo a Mordor
Intelligence, empresa global de pesquisa e consultoria. Os dados são
importantes para o Brasil, pois nosso país é um dos quatro maiores
consumidores desses insumos e protagonista na produção e abastecimento
de commodities agrícolas e alimentos.
A
utilização correta de adubos permite que as lavouras recebam os
nutrientes essenciais para seu crescimento saudável e vigoroso.
Elementos como nitrogênio, fósforo e potássio são indispensáveis para o
desenvolvimento das culturas, e sua aplicação adequada resulta em
colheitas mais abundantes e de melhor qualidade. Isso é especialmente
importante em um cenário global onde a demanda por alimentos está em
constante crescimento devido ao aumento populacional e no qual, segundo a
ONU, mais de 800 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023,
problema que vem se agravando nos últimos anos.
Além
de aumentar a produtividade, os fertilizantes contribuem para a
sustentabilidade do setor agrícola. Sua aplicação certa melhora a
eficiência no uso da terra, permitindo que os agricultores obtenham
maiores rendimentos em áreas menores. Isso ajuda a preservar
ecossistemas naturais e a reduzir a pressão sobre novas áreas de
cultivo, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.
No
entanto, o setor de fertilizantes no Brasil enfrenta desafios que
precisam ser superados para garantir o abastecimento contínuo e
eficiente do agro. Dentre as dificuldades estão a dependência de
importações, a volatilidade dos preços internacionais e a necessidade de
investimentos em infraestrutura logística para a distribuição dos
produtos.
Apesar dos problemas,
agravados pelas dificuldades de produção, importação e logística
inerentes ao complexo cenário geopolítico internacional, a Associação
Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) e as empresas do segmento têm
desempenhado papel importante nesse contexto. Seu trabalho vem
assegurando que os agricultores brasileiros tenham acesso contínuo aos
insumos necessários para manter a produtividade de suas lavouras. No
acumulado de janeiro a agosto, foram 28,03 milhões de toneladas, volume
mais do que suficiente para atender às demandas do mercado no período.
A ANDA tem se empenhado em sugerir e apoiar políticas públicas, como o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que favoreçam a produção, o desembaraço aduaneiro e a distribuição. Também incentiva a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias capazes de aumentar a eficiência no uso desses insumos. Tais esforços são essenciais para garantir que o setor agrícola brasileiro continue crescendo de modo sustentável, contribuindo para a segurança alimentar e a viabilização da Aliança Global contra a Fome e a Miséria.
*Eduardo Monteiro é o presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).
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