A busca contínua por capacitação vai além das habilidades técnicas, abarcando ainda o desenvolvimento de soft skills,
como liderança, comunicação e pensamento crítico, como mostram os
programas de muitos dos cursos que os executivos escolheram, inclusive
em instituições de reconhecimento internacional, como Stanford, INSEAD,
Wharton e Harvard.
Quem
se beneficia com isso é a própria cultura organizacional de suas
empresas: como seu maior guardião, o CEO comprometido em conhecer o que
há de novo no mercado, tangibiliza a responsabilidade do líder em
garantir que as empresas e sua cultura sigam fortes e conectadas às
transformações do mercado.
“Cursos
executivos e imersões, como o Harvard OPM, oferecem uma oportunidade
valiosa para que os CEOs troquem vivências e melhores práticas com
líderes de outros setores em um ambiente seguro e colaborativo", explica
a diretora da Falconi. “Tais programas também permitem a construção de
redes de contato que transcendem fronteiras, fortalecendo o networking
global. E este é certamente um diferencial no mundo interconectado de
hoje”, comenta a consultora.
Reforçando
a importância de unir educação com a prática, o CEO da maior empresa
agrícola do mundo, SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, falando à Falconi,
destacou a importância que os estudos tiveram na sua carreira
profissional. “A educação revoluciona e foi assim que eu consegui
mudar a minha vida e me tornar um líder. Além disso, lideranças se
materializam a partir do exemplo. Não tem como você ser um grande líder
sem ser exemplo e ter a percepção de justiça na tomada de decisões”, afirmou.
Dos CEOs cuja carreira foi analisada pela Falconi, pouco mais de 20% deles têm pós-graduação stricto sensu:
19% têm mestrado e 4% têm doutorado. Apesar de não serem predominantes,
tal formação desempenha um papel significativo em setores específicos,
como os voltados para as áreas da saúde e indústria, já que neles o
conhecimento especializado é um diferencial competitivo:
"Além
de desenvolver novas competências, uma formação lastreada por pesquisa
acadêmica permite aos líderes ampliarem sua capacidade de resolver
problemas e inovar, características essenciais num mercado competitivo", diz Ana Gusmão.
Além do aprendizado técnico, a evolução nas chamadas soft skills – ou seja, habilidades interrelacionais, como a comunicação e o estilo de abordagem – é cada vez mais relevante no alto escalão.
"São tão importantes quanto o conhecimento técnico, ou seja, as hard
skills. A capacidade de se comunicar de forma eficaz e adaptar a
abordagem ao público é fundamental para construir relacionamentos
sólidos e fomentar um ambiente de trabalho colaborativo", pontua a diretora.
Ela
complementa que líderes que investem nesse equilíbrio entre habilidades
técnicas e interpessoais conseguem navegar melhor em situações
complexas e, por isso, têm maior chance de sucesso. O que é confirmado
pelo CEO da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, Rui
Chammas. Um dos executivos que teve a carreira analisada, Chammas disse
ser fundamental para um líder unir as habilidades técnicas às
interpessoais:
“Um CEO precisa possuir
uma combinação de habilidades técnicas e interpessoais. Isso inclui
liderança forte, comunicação eficaz, capacidade de aprender e tomar
decisões difíceis, visão estratégica, habilidades de resolução de
problemas e uma mentalidade voltada para o crescimento e a inovação.
Além disso, é importante ser capaz de inspirar e motivar sua equipe e,
ao mesmo tempo, ser percebido como parte dela. Também tem de ser capaz
de construir relacionamentos sólidos com os stakeholders e se adaptar rapidamente a mudanças no ambiente de negócios”.
Engenheiros e administradores são a maioria
Em
linhas gerais, o levantamento identificou que a graduação em Engenharia
é a mais comum entre os CEOs brasileiros, com 47%. Formações em
Administração também se destacaram, aparecendo em 29% dos perfis
analisados. Na sequência, aparecem os cursos de Economia (9%), Direito
(3%) e Medicina (3%).
Além
disso, 80% dos líderes analisados continuaram a estudar após sua
primeira graduação: 49% deles partiram para cursos de MBA (Master of
Business Administration), enquanto 33% para programas de Educação
Executiva.
A
análise também mostrou que praticamente um em cada três CEOs estudou em
uma universidade federal (30%). Outras instituições que se destacaram
foram as Pontifícias Universidades Católicas (22%), a Fundação Getulio
Vargas (20%), a Universidade de São Paulo (18%), o Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (6%) e o Ibmec (4%).
Metodologia:
A
análise foi feita com base em dados públicos sobre os líderes das
empresas listadas no Índice Ibovespa B3 no terceiro trimestre de 2024,
com as pesquisas realizadas entre janeiro e abril do mesmo ano, em
fontes disponíveis de forma online, além de contato com assessorias de
imprensa das organizações. A base analisada indicou uma idade média de
50 anos, perfil predominantemente masculino (95%). Também mostrou que
65% dos CEOs já atuavam em outras funções na empresa antes de assumirem a
presidência.
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