Nas últimas duas décadas da parceria que Nina Taterka
desenvolve ao lado dos povos indígenas do Brasil, o lugar da escuta, do
aprendizado e do fomento sempre foram um fio condutor. Baseada nessas
premissas, há 14 anos, após outros projetos na área, Nina inaugurou a
loja Canoa Arte Indígena, no centro histórico de Paraty, Rio de Janeiro.
E, o que começou como um pequeno espaço, pautado por um modelo de
negócio com viés humano, transformou-se em um dos principais acervos de
Artes Indígenas do Brasil.
Agora, Nina, celebra esta jornada com a abertura de sua Galeria Canoa,
a primeira galeria exclusiva de arte indígena do Brasil. O novo espaço
pretende unir o trabalho de vinte anos de valorização da arte indígena
tradicional à produção contemporânea de artistas indígenas, que estão em
destaque no Brasil e no mundo, e terão voz e representatividade
garantida.
É
em uma casa do século XVII, no centro histórico de Paraty, que a
Galeria Canoa será inaugurada. No local, visitantes do mundo inteiro
poderão conhecer mais sobre peças colecionáveis, únicas e exclusivas da
galeria, conectando-se, através da desconstrução do nosso pensamento, à
intenção de descolonizar e re-aprender sob o ponto de vista dos povos
originários. Ligando uma margem à outra, a cidade à floresta, buscando
ser a canoa que transporta, carrega e atravessa, em um processo sem
fim.
“Este
não é só um novo endereço, é a representação da responsabilidade da
marca em respeitar os modos de vida dos povos originários através de
relações sólidas e humanas, que geram conexões, renda e dão suporte na
permanência dos povos em seus territórios”, diz Nina. Nesse sentido, a
Galeria Canoa traz a missão e premissas que sempre
pautaram o trabalho de Nina: ampliar o compartilhamento e a diversidade
das manifestações artísticas e culturais dos povos indígenas,
compreendendo a dimensão de suas artes como expressão coletiva de cada
povo.
Por
isso, celebramos a criação desta galeria, que chega sobretudo, para
chancelar esta rede que Nina Taterka, teceu ao longo destes anos e que
hoje é formada por mais de 60 povos indígenas. “Em um trabalho minucioso
nós articulamos, promovemos e participamos, junto às lideranças e
organizações indígenas e não indígenas, de ações sociais e políticas que
promovam a defesa dos direitos dos povos indígenas”, finaliza Nina.
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