Nada é mais fácil do que excluir-nos. É o paradoxo da sociedade inclusiva: só funciona sob o preço da nossa exclusão. Mas não choraminguemos por nada disto. Deixemos que os progressistas choraminguem. Maria Helena Costa para o Observador:
Quando
eu nego o que o sistema nega e afirmo o que o sistema afirma, nenhum
traço de rebeldia me caracteriza. Por isso, hoje, a rebeldia é apanágio
dos conservadores. O conservador é um rebelde que resiste, ainda que
esteja em desvantagem numérica, económica e tecnológica.
A
maior parte dos seus concidadãos são realmente indiferentes, mas essa
indiferença transforma-se em apoio aos mais fortes quando estes sabem
utilizar tanto os incentivos negativos como os positivos. O indiferente é
um lacaio do sistema. O outro lado da indiferença é a submissão. Também
a preguiça e a cobardia estão causalmente relacionadas com a
indiferença.
Mas,
o rebelde supera os medos, a submissão, a preguiça, o niilismo, e
propõe-se resistir a poderes muito superiores aos seus. Ele não teme; e
quando teme, não fica paralisado. Os conservadores do nosso século estão
entrincheirados na cidade, no campo, nas redes sociais, nas
universidades, nas igrejas, nos cafés e nas cervejarias. Eles começaram a
multiplicar-se com muito pouco e contra demasiado.
Vejo-os
a ripostar com contas de Facebook, Instagram e Twitter que são
censuradas vezes sem conta, mas que são recriadas outras tantas vezes,
sem descanso.
Vejo-os
a pôr em prática a sua criatividade através de memes que denunciam e
ridicularizam o status quo, a editar vídeos em canais do YouTube
desmonetizados que estão sempre à beira do terceiro strike, a compor
música politicamente incorrecta nos seus próprios computadores e a lutar
para a carregar no Spotify (eu própria gravei alguns podcasts, sobre a
imposição da ideologia do género, mas fui censurada).
Vejo-os
a escrever livros que são publicados como edições de autor, usando as
suas poupanças para pagar a quem os pagine e faça a capa, imprimindo-os
sem qualquer formalidade burocrática e depois lançando-os como “munições
de guerra” em conferências, seminários, encontros e livrarias
alternativas.
Vejo-os
a organizar conferências, como a que decorrerá no Fórum Lisboa, no dia
20 de Maio, das 9:00 às 18:00 (bit.ly/familiaconservadora2023), pedindo
donativos para pagar o espaço, porque o orçamento minúsculo não dá para
nada, difundindo o evento “boca a boca”, nas redes sociais, lutando
contra as ameaças de cancelamento e a hostilidade dos meios de
comunicação social hegemónicos.
Vejo-os
a organizar grupos dissidentes nas suas universidades, a duplicar as
suas leituras desde que decidiram ler a bibliografia exigida pelo
professor, mas também a outra.
Vejo-os a debater: com professores, com os novos “tudólogos”, com colegas, com amigos e inimigos.
Vejo-os a dizer “NÃO” onde todos se ajoelharam ao politicamente correcto e ao “novo normal”.
Mas,
também os vejo dizer “SIM” a tudo o que essa cultura absolutamente
maligna e imoral diz “não”: à vida, à família, à pátria, à propriedade
privada, à liberdade.
Vejo-os a usar o seu próprio corpo para defender as suas igrejas enquanto movimentos esquerdistas tentam incendiá-las.
Vejo-os a defender a propriedade pública e privada, a sua e a dos outros.
Vejo-os
a tentar construir novos partidos políticos, quase sem nenhuma
experiência anterior, sem quaisquer apoios financeiros além das moedas
que conseguem tirar do próprio bolso.
Vejo-os, em muitos casos, a obter agradáveis surpresas eleitorais quando conseguem perseverar.
Vejo-os
a criar think thanks, formações on-line, gabinetes de estudos e
conteúdos digitais alternativos, que recebem cada vez mais visitas.
Vejo-os
a fazer campanha contra séries e filmes absolutamente ideológicos, que
promovem o wokismo e a cultura da bandeira colorida, produzidos por
grandes corporações.
Vejo-os a obter vitórias contra gigantes multi-milionários, como a Disney e o Buzz Light Year.
Vejo-os
a repudiar as associações lgbtetc e as drag queens que entram nas
escolas, com a bênção do Estado, para destruir as cabeças das crianças
com o discurso da “desconstrução do género”.
Vejo-os a marchar pelos mais indefesos de todos: os que ainda não nasceram, mas que já existem e são um de nós.
Tudo
isso, e mais alguma coisa, está a causar o pânico entre os
progressistas globalistas. A rebeldia tornou-se sinónimo de direita, e
não podia ser de outra forma. A rebeldia consiste em dizer “não” ao
sistema estabelecido, à nova esquerda. Uma vez que a nova esquerda fez
do progressismo o seu dogma oficial, não podia acontecer outra coisa: a
rebeldia da nova direita está a despertar.
É
claro que o progressismo e a nova esquerda continuam a fazer-se passar
por rebeldes; estão desesperados, pois não querem perder o capital
simbólico tão caro à sua tradição política, mas têm cada vez mais
dificuldade em fazê-lo. O seu idiotismo é um idiotismo [in]útil.
Rebelam-se contra o que o sistema estabelecido procura destruir, e nada
mais. Rebelam-se quando os seus caprichos não são satisfeitos.
Lamentam-se
e choramingam diante das autoridades (que tanto odeiam e às quais têm
vindo a retirar força) quando os seus opositores dizem algo que não lhes
agrada, acusam de “discurso de ódio” todos os que não se ajoelham
diante dos seus slogans pré-fabricados, exigem “espaços seguros” nas
universidades para não ouvirem nada que os faça pensar, exigem o apoio
das organizações internacionais e os donativos incalculáveis das ONG dos
meta-capitalistas para cumprirem as suas agendas. Tudo isto está a
tornar-se cada vez mais óbvio e a provocar a revolta daqueles que têm
vindo a ser alvo de ataques constantes.
Por
seu lado, a nova direita, tão odiada pela nova esquerda e pelo
centro-esquerda, que todos, um dia, pensámos ser a direita, ergue a voz
contra a casta política e a burocracia parasitária que vive à custa dos
povos, contra as organizações internacionais que fazem das nossas
soberanias uma ficção e das nossas democracias uma piada, contra os
“filantropos” do meta-capitalismo global que injectam as suas fortunas
na engenharia social e cultural, que ameaça destruir a sociedade de
matriz judaico-cristã, contra os papas da big tech que usam o seu poder
para destruir a liberdade de expressão nas “redes sociais”, contra os
meios de comunicação social hegemónicos desesperados por manter o
monopólio das fake news, contra o establishment académico que promove,
recompensa e concede qualquer disparate com a única condição de que se
enquadre nas exigências da religião woke que também domina o status quo.
Quando
observamos a forma que o poder assumiu, quando ouvimos os líderes dos
partidos que sempre estiveram no poder, não podemos deixar de constatar
que há uma nova direita, que se tornou rebelde, e que a esquerda, o
centro-esquerda e a direita fofinha se tornaram o sistema.
O
ethos rebelde da Nova Direita, tomando como modelo os conservadores,
deve assentar na virtude da coragem. Nada de vitimização; é esse o vício
que caracteriza a rebelião idiota da nova esquerda. Como escreveu
François Bousquet:
Perante
o tratamento mediático que nos é reservado, a nós, identitários, a nós,
portugueses, a nós, europeus, grupo social inferior, parente pobre das
políticas de diversidade e paridade, nenhuma quota para nós, nenhuma
consideração.
Nós,
conservadores, nós, de direita, subalternizados por tudo e todos, somos
o saco de pancada favorito dos poderes políticos, mediáticos, culturais
e académicos.
Nada
é mais fácil do que rirem-se de nós, insultarem-nos, fazer de nós bodes
expiatórios, acusarem-nos de sermos “negacionistas”, “fascistas”,
“d’extrema-direita”, apontarem para a cor da nossa pele (branca), para o
sexo masculino (homem), para a nossa orientação sexual (heterossexual),
procurando desintegrar-nos, ainda que muitos de nós, conservadores,
tenham outra cor de pele, outro sexo (mulher) ou outra orientação
sexual.
Nada
é mais fácil do que fazer-nos a vida negra nas universidades, baixando
as nossas classificações, retirando-nos os nossos méritos e até
ameaçando-nos com a retirada dos nossos títulos académicos, que eles
próprios nos concederam.
Nada
é mais fácil do que expulsar uma criança de 12 anos da escola por usar
uma t-shirt com a frase: “Só há dois géneros”. Ou seja, por dizer o
óbvio, o normal, o natural, por expressar a sua fé, aquilo em que
acredita.
Nada
é mais fácil do que cancelar os nossos eventos, denegrir a nossa fé,
atacar o cristianismo, cuspir e ridicularizar tudo o que consideramos
sagrado. Difícil, seria fazer o mesmo activismo no meio islâmico.
Nada
é mais fácil do que acusar-nos de «discurso de ódio» quando nos
defendemos dos odiadores que monopolizam o «discurso do amor».
Nada é mais fácil do que excluir-nos. É o paradoxo da sociedade inclusiva: só funciona sob o preço da nossa exclusão.
Mas
não choraminguemos por nada disto. Deixemos que os progressistas
choraminguem, entreguemos-lhes alegremente o monopólio das birras e o
estatuto de eternas vítimas, coitadinhos.
E
se alguma lágrima vertermos, que seja de coragem, não de cobardia. A
nossa energia não provém de vitimização e lamúrias, mas sim da coragem
de sabermos que estamos a resistir. Então, que cada ataque se converta
numa medalha, que cada insulto nos leve a constatar que estamos a
incomodar e que devemos continuar a fazê-lo.
A
nossa coragem é o que eles mais temem. Temem que o facto de nos pisarem
constantemente e a humilhação a que nos querem submeter se traduzam,
não em vergonha, culpa, auto-comiseração e desculpas, mas sim em
CORAGEM.
Eles,
aqueles que fazem política com o nosso dinheiro, com o seu umbigo, com o
seu sexo, com a sua menstruação e com dietas vegans, não conhecem a
verdadeira coragem de fazer política pela nossa liberdade, pela nossa
família, pela nossa Pátria e pelo nosso Deus.
Esta coragem, se for finalmente posta em prática, vencerá!
Efectivamente,
eles têm vindo a pisotear as nossas liberdades, a ridicularizar a nossa
fé, a demonizar a nossa família, a encher a cabeça dos nossos filhos de
lixo ideológico, a incendiar igrejas, a defecar nos altares, a
hormonizar e mutilar sexualmente as nossas crianças, mas não contaram
com a nossa coragem.
Que, hoje, seja o dia do início do maior movimento conservador, da nova direita, da presente e das futuras gerações.
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi

Nenhum comentário:
Postar um comentário