MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 28 de maio de 2022

Varíola do Macaco gera dúvidas à população

 


Doença já foi confirmada em 20 países, no entanto, não há motivos para desespero, diz médico


Tribuna da Bahia, Salvador
28/05/2022 12:00 | Atualizado há 8 horas e 48 minutos

Compartilhe
Foto: CDC/BRIAN W.J. MAHY

Por Cleusa Duarte

A varíola dos macacos (monkeypox) tem causado alerta na comunidade científica e gerado dúvidas entre a população. Ainda não foram registrados casos no Brasil, mas a doença já foi confirmada em quase 20 países, porém não existe motivo para desespero. Ela não se espalha facilmente sendo que o contágio ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal ou pessoa infectada. A princípio, os roedores são o principal reservatório animal para os humanos.

De acordo com o infectologista Adriano Oliveira, a Monkeypox é causada por um vírus parecido com o agente causador da varíola (smallpox). Ambos pertencem ao mesmo grupo de vírus (gênero ortopoxvirus). “A varíola dos macacos é semelhante, mas bem menos agressiva que a varíola”.

Recebeu esse nome, segundo o infectologista, porque foi primeiramente identificada em macacos africanos de onde é proveniente, na República do Congo. “Porém seu hospedeiro natural são roedores. Até 2003 era restrita ao continente africano. Nesse ano foi identificado um surto nos EUA devido a importação de roedores africanos, contaminando cachorros das pradarias, que apesar do nome, trata-se  de um roedor daquele país. Agora, há uma disseminação em andamento na América do Norte e na Europa”.

Uma investigação epidemiológica está em andamento para tentar explicar o motivo do surgimento dos surtos atuais. Existem algumas hipóteses, entre elas: Uma mutação viral que promove uma transmissão entre pessoas mais eficiente; a diminuição na proteção gerada pela vacina contra varíola desde que os programas de vacinação foram suspensos há cerca de 40 anos ou um nicho populacional novo propício para a disseminação.

Os sintomas da doença são parecidos com a maioria das viroses, "começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas semelhantes a um resfriado ou gripe. Em geral, de 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem as lesões cutâneas (na pele), que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo. “Elas vêm acompanhadas de prurido (coceira) e aumento dos gânglios cervicais, inguinais e uma erupção formada por pápulas (calombos), que mudam e evoluem para diferentes estágios: vesículas, pústulas, úlcera, lesão madura com casca e lesão sem casca com pele, completando o processo de cicatrização” destaca Adriano.

Adriano ainda ressalta que a varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas, “esse vírus se espalha por contato íntimo, porém não tão facilmente quanto o SARS COV-2. Não tem um tratamento específico. A letalidade pode variar entre 1% a 10%. O contágio pode ser com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório, por isso usar máscara ajuda na prevenção, mas o mais importante é a vacina. A vacina para varíola pode  dar proteção de até 85% para a Monkeypox. Porém não temos um antiviral evidentemente eficaz. Acredita-se em um efeito benéfico com o cidofovir. Pacientes graves necessitam de suporte de UTI”, finaliza o infectologista.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), o tempo de intervalo entre o contato com uma pessoa infectada e o aparecimento do primeiro sintoma é entre 5 e 21 dias. Sobre a vacina a SESAB alerta, “a doença varíola foi erradicada do mundo, portanto, atualmente não existe vacina disponível e ainda não existe vacina para varíola dos macacos.  Apesar da varíola humana não existir mais na sua forma selvagem, ela era consideravelmente mais mortal que a varíola dos macacos, pois  era fatal em 30% dos casos”.

Mais de 200 casos foram confirmados no mundo em quase 20 países até o dia 25 de maio, em uma lista que segue aumentando: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia e Suíça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário