Coluna de Carlos Brickmann, a ser publicada nos jornais e quarta-feira, 25 de maio:
Parabéns!
Na próxima segunda-feira, dia 30, o caro leitor finalmente começa a
trabalhar para manter sua família. Até lá, de 1º de janeiro a 30 de
maio, trabalhou para pagar impostos. Afinal de contas, alguém tem de
pagar as lagostas do Supremo, o Viagra e as próteses penianas das Forças
Armadas, as férias e as picanhas de quase R$ 2 mil o quilo do
presidente Bolsonaro.
O
cálculo é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Há outras
contas como esta. O Impostômetro deste ano atingiu R$ 1 trilhão no dia 3
de maio. No ano passado, só chegou a este número no dia 19. E boa parte
do comércio de Belo Horizonte decidiu tirar os impostos dos produtos no
dia 2 de junho. Haverá significativa redução de preços – às vezes, mais
de 50%. Remédios, por exemplo, pagam 33,87% de taxas e impostos. Pelo
menos um posto vai vender gasolina 36% mais barata. Uma loja colocará à
venda 200 botijões de gás de cozinha com o desconto dos impostos. Uma
rede de farmácias venderá produtos de higiene com descontos de 40%.
“Os
altos impostos, junto com a inflação, corroem o poder de compra do
brasileiro. Caso não tivéssemos taxas tão altas ou, pelo menos, houvesse
retorno em serviços públicos de qualidade como saúde e educação, a
economia brasileira estaria muito mais avançada”, afirma o presidente da
Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Marcelo de Souza e
Silva.
Impostos são essenciais. Mas pelo jeito estão abusando, abusando muito.
Importante
Não
é todo o comércio de Belo Horizonte que irá arcar com os tributos. É
bom se informar sobre quem aderiu. E comprar antes que acabe o estoque.
Tira, põe...
A
troca de presidente da Petrobras não segura preços: se sobe o petróleo,
cedo ou tarde o caro leitor vai pagar. Se demorar, os acionistas
minoritários podem processar a empresa, cobrando os dividendos que não
receberam. Mas o alvo da troca é outro: o presidente só pensa na
eleição. Parte dos eleitores acreditará que Bolsonaro muda o comando da
Petrobras para baixar o preço. Mas não é só isso. O ministro Paulo
Guedes fala faz tempo em espaçar os aumentos, com a desculpa de “evitar
que a volatilidade do mercado internacional prejudique o consumidor”.
Em
bom português, estamos no fim de maio. Digamos que em junho os preços
“evitem a volatilidade” e se mantenham estáveis até a eleição. Só depois
voltam a subir.
...deixa ficar
Há
dois problemas no caminho: o novo presidente da Petrobras precisa ser
aprovado pelo Conselho, e há quem sustente que ele não preenche os
requisitos das normas de governança da Petrobras; e acionistas
minoritários podem processar Conselho e presidente da empresa em Nova
York, onde a Petrobras está na Bolsa.
Os advogados são caríssimos, as indenizações altíssimas as multas pesadíssimas. Quem se dispõe a correr o risco pessoal?
A vez de Simone
Pela
união dos partidos que não aceitam Bolsonaro nem Lula, João Doria
abandonou a candidatura. Chegou a vez de Simone Tebet? Talvez: há ainda
no PSDB quem queira candidato próprio, desde que não seja Doria. O nome é
o de Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, favorito de
Aécio Neves.
Só
que, em silêncio, Aécio quer Bolsonaro. Foram os bolsonaristas do
Congresso que o acolheram e lhe deram um cargo importante numa comissão
poderosa, que amplia seu poder de articulação. O PSDB? Ele prefere o
partido enfraquecido, sem alianças, sem chances. Com isso, tira votos da
Terceira Via e facilita a vida de Bolsonaro. Boa parte do PSDB fica
feliz com isso: apoia Lula ou Bolsonaro, conforme o Estado, e gasta o
Fundo Partidário na eleição para o Congresso.
Simone, só se crescer rapidinho.
Coração ferido
Ninguém
se iluda: Doria fica no PSDB e tentará se vingar de muita gente.
Ninguém espere que ele lute por Rodrigo Garcia para o Governo paulista.
As pesquisas da semana
Hoje,
saem as pesquisas Real Time/Big Data e PoderData. Na sexta, e a vez da
XP/Ipespe. Pela primeira vez, sem Doria na lista de candidatos.
Os debates
Lula
irá a todos os debates, só a alguns ou a nenhum? E Bolsonaro, que não
foi aos debates e ganhou a eleição de 2018? Não se sabe. Mas já há nove
debates marcados no primeiro turno. Folha de S.Paulo e UOL farão o seu
em 22 de setembro, só pela Internet.
Todos
os outros serão por TV, rádio ou ambos. Rompendo a tradição, a Rede
Bandeirantes não fará o primeiro: o seu debate é o terceiro, em 14 de
agosto. A CNN fará o primeiro, em 6 de agosto, seguida pela Pan, no dia
9. Seguem-se Bandeirantes, 14 de agosto, Rede TV, 2 de setembro,
Globo/CBN/Valor, 8 de setembro, TV Aparecida, 13 de setembro, Folha/UOL,
22 de setembro, SBT/O Estado de S. Paulo/Veja/Nova Brasil FM, 24 de
setembro, Rede Globo, 29 de setembro.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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