Preocupado com o potencial de os protestos de 7 de setembro serem violentos, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu planos para "todos os cenários possíveis

Por Nathalia Passarinho
Da BBC News Brasil em Londres
Preocupado
com o potencial de os protestos de 7 de setembro serem violentos, o
Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu planos para "todos os
cenários possíveis"- de manifestação pacífica a tentativas de depredação
e invasão do edifício.
Enquanto isso, conforme apurou a BBC
News Brasil, a maioria dos ministros do STF decidiu colocar o pé no
freio, até a próxima terça (7/9), em decisões que tenham impacto direto
no governo federal, como as referentes ao pagamento de precatórios que
possam significar gastos aos cofres públicos.
O objetivo
seria evitar "colocar lenha na fogueira" às vésperas dos atos convocados
para o Dia da Independência, em defesa do governo do presidente Jair
Bolsonaro. Ainda assim, o clima entre os ministros é de preocupação e
atenção à adesão de policiais militares aos protestos e à reação de
Bolsonaro caso haja violência ou ataques ao Congresso ou Supremo.
Todo
o efetivo de segurança do STF vai estar presente, como costuma ocorrer
quando há protestos na Esplanada dos Ministérios. Mas dessa vez houve
intensa interlocução com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal para garantir reforço das forças de segurança do DF, como PM,
Detran e Polícia Civil.
Segundo fontes do Supremo, os
ministros vão observar atentamente a prevalência e força, durante os
protestos, de mensagens antidemocráticas, como cartazes e gritos de
ordem em defesa do fechamento do STF e do Congresso.
A
quantidade de pessoas nas ruas também servirá como termômetro para eles
avaliarem os reais riscos de tentativas futuras de quebra democrática.
Em
pronunciamento nesta quinta, na retomada do julgamento sobre o marco
temporal das terras indígenas, o presidente do STF defendeu "respeito à
integridade das instituições democráticas e seus membros" durante as
manifestações.
"Num ambiente democrático, manifestações
públicas são pacíficas. Por sua vez, a liberdade de expressão não
comporta violências e ameaças", disse.
Para tentar mitigar
riscos de manifestantes tentarem invadir o Congresso e o Supremo, ou até
jogar bombas caseiras nos edifícios, o Governo do DF decidiu restringir
os atos à Esplanada dos Ministérios.
Isso significa que os
manifestantes não poderão "descer" a avenida em direção à Praça dos Três
Poderes, onde ficam Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo
Tribunal Federal.
A decisão foi vista por integrantes do
Congresso e do STF como indicativo de que existe, na Secretaria de
Segurança do DF, a expectativa de manifestantes tentarem depredar os
prédios públicos.
Segundo o governo do DF, pelo menos 13
grupos pró-bolsonaro e três de esquerda devem promover manifestações no
dia 7 de setembro.
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