A
farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã
BioNTech disseram que sua vacina contra o coronavírus teve uma eficácia
de 90% na prevenção de covid-19 entre aqueles sem evidência de infecção
anterior, de acordo com dados publicados nesta segunda-feira (9)
baseados em seu teste de fase três. Albert Bourla, presidente da Pfizer,
saudou o desenvolvimento como um “grande dia para a ciência e para a
humanidade”. Os resultados foram
baseados na primeira análise de eficácia provisória, conduzida por um
Comitê de Monitoramento de Dados externo e independente do estudo
clínico de fase três, última etapa antes da aprovação da vacina (entenda
as fases dos testes das vacinas contra Covid). Esse grupo de
especialistas supervisiona os ensaios clínicos nos EUA para garantir a
segurança dos participantes. A análise avaliou 94 infecções confirmadas
por covid-19 entre os 43.538 participantes do estudo. A Pfizer e a
BioNTech disseram que a divisão do caso entre indivíduos vacinados e
aqueles que receberam um placebo indicava uma taxa de eficácia da vacina
de mais de 90% sete dias após a segunda dose. Segundo a farmacêutica
americana, isso significa que a proteção contra covid-19 é alcançada 28
dias após a vacinação inicial, que consiste em um esquema de duas doses.
“O primeiro conjunto de resultados do nosso ensaio de Fase 3 da vacina
COVID-19 fornece a evidência inicial da capacidade da nossa vacina para
prevenir COVID-19”, disse Bourla em um comunicado. “Estamos atingindo
esse marco crítico em nosso programa de desenvolvimento de vacinas no
momento em que o mundo mais precisa, com as taxas de infecção atingindo
novos recordes, hospitais quase excedendo a capacidade e economias
lutando para reabrir”, continuou o CEO da Pfizer na nota. Falando da
segurança do medicamento, aproximadamente 42% dos participantes do
ensaio tiveram alguma reação adversa à vacina, disseram a Pfizer e a
BioNTech, acrescentando que ainda não houve nenhum problema sério de
segurança relatado. As empresas disseram que planejam submeter uma
autorização de uso emergencial à agência de regulação de fármacos dos
EUA (FDA) para ter a vacina disponível na terceira semana de novembro.
Com base nas projeções atuais, a Pfizer e a BioNTech esperam produzir
até 50 milhões de doses de vacinas em 2020 e até 1,3 bilhão de doses em
2021. As empresas disseram que planejam enviar os dados da fase três do
ensaio completo, que começou em 27 de julho, para publicação científica
por pares. No Brasil, a vacina da Pfizer está sendo testada em 2 mil
voluntários em São Paulo e na Bahia. Os testes da vacina da Pfizer estão
sendo realizados nacionalmente pelo Cepic (Centro Paulista de
Investigação Clínica), em São Paulo, e pela Instituição Obras Sociais
Irmã Dulce, em Salvador.
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