Charge do Nef (Arquivo Google)
Reportagem de Lu Aiko Otta e Edna Simão, no Valor de quarta-feira, esclarece que o superávit da Receita Federal no mês de agosto decorreu da não realização de investimentos nas empresas estatais e também da venda da BR distribuidora da Petrobras. Portanto, o superávit não tem vinculação com o que se podia esperar em matéria de aumento de arrecadação. O que houve foi a contenção dos investimentos e do produto da venda da distribuidora. A matéria publicada chama os não investimentos de desinvestimentos. Mas o que importa é a caracterização do fato.
Os dados numéricos são do chefe do centro de estudos tributários da Receita Federal, Claudenir Malaquias. A receita de agosto de 2019 subiu se a compararmos com a receita de 2018, mas é preciso levar em conta que a não realização de investimentos bloqueia a recuperação da economia brasileira, que assim não produz fatos econômicos para, por exemplo, reduzir o nível de desemprego.
SEM CONSUMO – Por falar em recuperação econômica, ela teria duas fontes principais – os investimentos das empresas do governo e os investimentos da iniciativa privada. O governo costuma destacar sempre que os investimentos privados, como acredita o ministro Paulo Guedes, vão ocorrer no país depois de aprovada a reforma da Previdência.
Nada disso. Os investimentos da iniciativa privada só vão se concretizar quando o mercado de consumo se revelar apto para adquirir os produtos colocados no mercado.
O governo, de outro lado, sustenta a tese do resultado primário da economia, desprezando a despesa com a rolagem da dívida interna, que alcança a estratosfera de 5 trilhões de reais. Na minha opinião, o resultado primário pouco significa. Ao contrário, ele acentua uma mistificação para não tornar público o balanço real das finanças do país. Se uma família deixasse de se alimentar por 30 dias, teoricamente, teria um superávit em suas contas. Mas estaria também cometendo um absurdo suicídio coletivo.
OUTRO ASSUNTO – O repórter Eduardo Rodrigues, O Estado de São Paulo, publica matéria revelando que a equipe econômica está concluindo estudos na elaboração de projeto que determina o pagamento de Imposto de Renda sobre o 13º salário, inclusive nos distratos existentes nos acordos salariais, entre eles a denominada demissão voluntária.
É incrível a capacidade de a equipe econômica fazer bobagens. Parece que jamais v[ao atingir o limite.
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