Empréstimos foram
concedidos à ditadura venezuelana durante os governos de Lula e Dilma.
Com o calote, sobra para os cidadãos brasileiros a dívida que os
vigaristas deveriam pagar do seu próprio bolso:
O governo brasileiro
vai ter de mexer no Orçamento deste ano para cobrir um calote de R$ 1,3
bilhão dos governos da Venezuela e de Moçambique. Os empréstimos têm
como avalista o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao
Ministério da Fazenda. Para garantir o pagamento, cujo vencimento é no
dia 8 de maio, o presidente Michel Temer precisa enfrentar a resistência
dos parlamentares e aprovar no Congresso um crédito suplementar, no
valor da dívida, no Orçamento.
O crédito pedido pelo
presidente fazia parte de um projeto de lei aprovado na quarta-feira.
Mas, no meio da votação, o montante que seria destinado à cobertura das
dívidas não honradas foi excluído, porque o dinheiro para essa operação
sairia das emendas parlamentares (parcela do Orçamento destinada às
áreas de atuação de deputados e senadores). Na quinta-feira, Temer
convocou uma reunião de emergência e fez um apelo aos líderes de bancada
no Congresso.
O governo trabalha a toque de caixa para enviar um novo projeto de lei, indicando outras fontes de recursos.
Esses empréstimos
problemáticos, concedidos durante as gestões dos ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff que priorizaram relações com a
América Latina e a África serviram para que esses países importassem
mercadorias e serviços do Brasil de forma financiada.
Os credores são o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit
Suisse. Está previsto que, se os países tomadores não pagarem, o FGE tem
de cobrir os financiamentos.
“São compromissos assumidos no passado, portanto, não no nosso governo, mas que este governo tem que cumprir”, comentou Temer.
O Fundo dispõe hoje
de mais de R$ 4 bilhões, de forma que há dinheiro para cobrir o calote.
Mas há dois problemas a serem resolvidos. O primeiro: esse pagamento,
que será uma despesa do governo, não está previsto no Orçamento de 2018.
E precisaria estar, para o gasto ocorrer dentro da lei. Daí porque o
governo corre para aprovar o crédito suplementar, que é na prática uma
autorização para o gasto.
O segundo: existe um
teto, um limite máximo, para as despesas do governo federal. Isso
significa que, mesmo havendo dinheiro e autorização no Orçamento, será
preciso cancelar alguma outra despesa já prevista para abrir espaço e
acomodar o pagamento do calote dentro do teto. Por isso, a primeira
ideia do governo foi sacrificar as emendas de parlamentares.
Ministro alerta para risco de crédito brasileiro
Omitindo a derrota no
Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, apelou
para o risco de crédito do País. “Nós temos a necessidade de fazer esse
pagamento para que continuemos gozando da real condição de bons
pagadores”, disse.
“Caso não honre, o
Brasil fica inadimplente perante o sistema financeiro internacional, o
que é uma sinalização muito ruim”, afirmou o líder do governo no Senado,
Romero Jucá (MDB-RR).
O BNDES informou na
quinta que a Venezuela está inadimplente em US$ 135 milhões com a
instituição. O país vizinho atrasou o pagamento de uma parcela vencida
em janeiro. O saldo devedor soma US$ 814 milhões, conforme o dado do
fechamento de 2017, como revelou o Estadão/Broadcast em janeiro.
Segundo o BNDES, o
total de vencimentos em 2018 de dívidas da Venezuela cobertas pelo FGE
soma US$ 436,85 milhões. Desse valor, US$ 278,2 milhões são de
empréstimos do BNDES. O restante refere-se a financiamentos de bancos
privados. (Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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