Por Folhapress | Fotos: Folhapress
O
presidente Michel Temer demitiu nesta terça-feira (23) seu assessor
especial Tadeu Filippelli, preso na Operação Panatenaico, que investiga
um esquema de corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha.
Temer assinou o ato de exoneração de Filippelli assim que chegou ao
Palácio do Planalto, pela manhã, e enviou o documento à Casa Civil. A
demissão deve ser publicada no Diário Oficial de quarta-feira (24).
Filippelli é presidente do PMDB-DF e dividia o cargo com as funções que
exercia na Presidência da República. Com gabinete no terceiro andar do
Palácio do Planalto, a poucos metros da sala de Temer, Filippelli é um
dos responsáveis pela interlocução do governo com parlamentares e
empresários.
O assessor presidencial conhece Temer há quase 20 anos e costuma
representar o peemedebista em eventos do partido. Filippelli é conhecido
entre os deputados e senadores como um homem "conciliador", que fala em
nome de Temer.
Nos últimos dias, recusou-se a entrar em uma reunião que havia marcado
com Temer porque o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo)
também estava presente. Disse ao presidente que "respeita" o ministro
responsável pela articulação política do Planalto, mas que, como
integrante do PSDB, Imbassahy não poderia ficar ciente de todos os
assuntos com importância estratégica para o PMDB, partido de Temer.
Filippelli integrava um grupo de cinco assessores especiais escolhidos
por Temer, no início de seu governo. Além dele, eram conselheiros
próximos do presidente Rodrigo Rocha Loures, José Yunes, Sandro Mabel e
Gastão Toledo.
Desses cinco assessores, quatro foram citados em investigações de
corrupção. Rocha Loures foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil
enviada pela JBS, depois que havia deixado o Planalto para assumir o
mandato de deputado. Yunes pediu demissão em dezembro, quando um
ex-executivo da Odebrecht disse que ele recebeu em seu escritório
dinheiro pedido pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mabel foi
acusado por outro delator de ter pedido dinheiro para aprovar uma emenda
a uma medida provisória em 2004.
Destes, restam no gabinete apenas Mabel, que auxilia Temer na
interlocução com parlamentares e empresários, e Gastão Toledo, que é
conselheiro jurídico do presidente.
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