Por Agência Brasil
A defesa do presidente Michel Temer desistiu hoje (22) do recurso no
qual solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das
investigações relacionadas ao presidente. A medida foi tomada após o
anúncio de que a Corte autorizou a Polícia Federal a realizar uma
perícia no áudio entregue pelo empresário Joesley Batista em seu
depoimento de delação premiada.
De acordo com um dos representantes de Temer, o advogado Gustavo
Guedes, após o deferimento de perícia, a defesa está satisfeita e não
quer mais o julgamento do recurso. Guedes também anunciou que a defesa
contratou uma perícia particular para analisar o áudio. Segundo o
advogado, foram encontrados "70 pontos de obscuridade no material".
“A defesa do presidente apresentou petição dizendo agora: nos sentimos
atendidos com o deferimento da perícia [oficial] e a partir desse laudo
que nós juntamos agora, que nos dá segurança, nós queremos agora que
isso se resolva o mais rapidamente possível”, disse.
A abertura do inquérito sobre Temer por corrupção passiva, organização
criminosa e obstrução da Justiça foi autorizada pelo ministro Edson
Fachin na quinta-feira (18), a pedido da Procuradoria-Geral da República
(PGR). Segundo o Ministério Público Federal, em encontro com o
empresário Joesley Batista, Temer deu aval para que ele continuasse a
pagar uma espécie de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao doleiro
Lúcio Funaro, ambos presos, para que continuassem em silêncio. O áudio
da conversa, gravada por Joesley, foi disponibilizado na última
quinta-feira (18).
No fim de semana, em novo pronunciamento à nação, Temer anunciou um
recurso ao Supremo, questionou a legalidade da gravação e disse que há
muitas contradições no depoimento de Joesley, dono do grupo JBS, como a
informação de que o presidente teria dado aval para comprar o silêncio
do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba. Temer
classificou a gravação de clandestina, manipulada e adulterada, "com
objetivos nitidamente subterrâneos".
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