Observados os passos dados até agora pelo Governo Provisório
de Michel Temer, após mais de um mês da sua posse, em virtude do processo de impeachment contra
Dilma, em andamento, o que já se pode antecipadamente
concluir é que nada mudará de substancial, na hipótese de confirmado ,ou não,o impedimento.
A fim de dar uma aparência de mudanças, assim ludibriando
mais uma vez o povo brasileiro, rotineiramente presa da pior escória da sociedade ,atraída a
fazer política, o governo deu uma grande mexida nos cargos da Administração
Federal, trocando nomes, porém nunca
mentalidades. Deu-se o que o povo já se acostumou a dizer: trocaram as moscas,
mas a “m...” continuou a mesma !
Apesar de toda a “mexida” nos cargos de confiança do Governo,
de primeiro, segundo e terceiro escalões,
ondeforam aproveitadas em altos postos pessoas envolvidas até o “pescoço” com as
falcatruas governamentais que hoje estão sendo apuradas na Justiça,SURPREENDENTEMENTE
não tocaram nos Comandos Militares das 3 Forças ,permanecendo os mesmos nomes que
deram sustentação, na base da “moral
armada”, ao governo substituído, apesar de ali ter sido instalado o maior núcleo de
corrupção já visto no mundo, superior mesmo à situação antes vivida pela Itália
,que deu origem a “Operação Mãos Limpas”, que inclusive tem servido de
inspiração para o Juiz Federal Sérgio Moro, de Curitiba, no combate à corrupção local. Mas esse “apoio armado” não pode ter qualquer
outra interpretação que não seja total CONIVÊNCIA com a criminalidade que se
instalou fundo nos governos do PT/PMDB (e outros delinquentes menores), o que
fica muito distante dos princípios éticos cultivados na caserna pelos militares
decentes.
Várias são as hipóteses que podem ser cogitadas. Mas em
qualquer delas há em comum uma forte
INTERDEPENDÊNCIA entre o Poder Executivo e o Poder Militar. Para se manter no
poder, assim evitando qualquer
eventual contratempo de
interrupção anormal dos mandatos eletivos, sem dúvida é atitude inteligente do Governo
investir pesado no Poder Militar, na verdade o único que teria a força
necessário para desbancar qualquer governo, a qualquer tempo,nem importando os
motivos,”comprando” os seus principais comandantes ,na verdade a preço muito barato,quase de um quilo de “banana”, com o
fim único de garantir-lhes a
permanecência nos cargos desejados,ao contrário dos políticos onde o preço de
apoio é mais caro. Por essa razão o
“investimento” militar é sempre mais barato. Desse modo a “troca” de
garantias recíprocas se dá mediante poderes concentrados em poucas
mãos, pelo lado do Poder Executivo Federal, no Presidente da República, e pelos
militares nos comandos das 3 Forças
Armadas. Neste sentido é até bem provável que os 3 Comandantes Militares que
foram nomeados no governo do PT tenham agora “trocado a camiseta”, vestindo a do atual Governo. Suas posições parecem
bastante cômodas para o futuro próximo. “Eles” devem permanecer, independentemente
do resultado final do impeachment, com Dilma ou Temer. E as tropas que se...danem.
Restaria ainda uma derradeira hipótese: não estaria havendo
uma troca recíproca de garantias entre a “banda podre” do Poder Executivo
(Presidência da República),com a outra
“banda podre” do Poder Militar, seus comandantes?
Mas nessa relação espúria mantida entre o Governo e os
comandos militares que permanecerem ,apesar da troca de “patrão”, o que mais
chama a atenção é o fato da manutenção das PUNIÇÕES do Governo substituído pelo
atual Governo, uma das quais aquela que
aplicaram ao então Comandante Militar do Sul, General Hamilton Mourão, tirando-lhe o comando, por ter este
manifestado em círculo restrito, em Porto Alegre,a sua opinião sobre a
situação vigente do Brasil político, as quais não merecem nenhum reparo em
vista das verdades ali contidas.
Mas o pior de tudo é que essa iniciativa de punição teve origem exatamente numa “exigência”do Senador Aloysio Nunes, ex-guerrilheiro e “capanga” de Carlos Marighella,”naqueles tempos”, de quem foi motorista, que inclusive foi um dos autores do assalto ao trem-pagador, em agosto de 1968,de onde levaram 108 milhões, e que, para espanto dos que ainda conseguem pensar, está tão prestigiado pelo atual governo que chegou a ser brindado com a sua liderança no Senado Federal. O resultado não é outro: premia-se e prestigia-se um (ex?)-bandido , e pune-se um militar decente de alta patente só pelo fato de dizer a verdade. Porventura estaríamos regredindo aos tempos da Grécia Antiga, época do império dos Sofistas, onde o maior dos crimes era dizer a verdade ? Pior que matar, roubar e estuprar?
Essa relação dos comandos militares “fieis” aos dois
governos (ao do PT e ao do PMDB), na verdade é de difícil interpretação. Não se
sabe ao certo quem está mandando, ou quem está usando quem. Talvez o Governo
Temer estaria servindo justamente à “banda podre” das Forças Armadas, para
garantia da sua própria sustentação? Ou seriam as Forças Armadas, pelos seus altos
comandos, que estariam a serviço da
“banda podre” da política ?
As respostas deverão ser buscadas por cada leitor no fundo
da sua consciência.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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