João Santana deve admitir que recebeu dinheiro para a campanha de Dilma
Rousseff por meio de caixa dois. O marqueteiro resiste a fazer delação
premiada, mas precisa responder a questionamentos nos processos que
correm contra ele por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha. De acordo com amigos do publicitário, será difícil ele
contestar os indícios colhidos pela Operação Lava Jato que mostram
pagamentos feitos a ele para a campanha de 2014. Mônica Moura, mulher de
Santana e também presa na Operação Lava Jato, já disse a procuradores
que empresas contribuíram para a campanha de Dilma no caixa dois. Ela
está fazendo delação premiada. Santana está trabalhando na faxina do
complexo penal em que está detido. Ele tenta também dar aulas de inglês.
Os dias trabalhados são descontados das penas que os presos têm que
cumprir. Na entrevista que deu à Folha, em maio, Dilma Rousseff foi
questionada se teria conversado com Marcelo Odebrecht, da empreiteira
Odebrecht, ou com João Santana sobre contribuições via caixa dois para a
campanha de 2014. "Se eu paguei R$ 70 milhões [oficialmente a Santana],
onde é que está o caixa dois?", respondeu a presidente afastada,
negando também diálogos com o empresário sobre o tema. Dilma disse
também que se considera amiga de Santana. "Ainda gosto bastante do João.
Fico muito triste às vezes [por causa da prisão do marqueteiro]. Porque
eu acho que ele é uma pessoa com um caráter muito bom, uma pessoa
correta." E acrescentou: "Eu não nego que tenho amigo quando o amigo
fica na dificuldade, não. Ele é meu amigo". Sobre Mônica Moura, a
presidente afirmou: "Eu não convivia com ela. Eu convivia com ele. Meu
amigo é ele". (Mônica Bergamo)
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