Por Folhapress
A Polícia Federal e o Ministério Público
Federal deflagraram nesta manhã de sexta-feira (24) a operação Recomeço
que apura possíveis fraudes nos fundos de pensão do Postalis (Correios)
e Petros (Petrobras). A Justiça Federal deferiu a prisão de sete
pessoas e buscas no Rio, Brasilia e São Paulo.
Os procuradores da República pediram e a
juíza Adriana Alves dos Santos Cruz, da 5ª Vara Federal Criminal,
aceitou o bloqueio de bens e investimentos financeiros de R$ 1,35 bilhão
no Brasil e no exterior.
"O dinheiro foi pulverizado para muitos
beneficiários: pessoas físicas e jurídicas. Estamos atrás desses valores
para ressarcir os fundos", diz o procurador Marcio Barra Lima, que com o
procurador Paulo Gomes Filho, coordenam o grupo que investiga no MPF
irregularidades em fundos de pensão.
As investigações apuram a compra de R$
100 milhões em debêntures (títulos mobiliários) do Grupo Galileo com
recursos dos fundos de pensão em 2010.
Na ocasião, o Grupo Galileo emitiu
debêntures no valor de R$ 100 milhões para captar recursos a fim de
recuperar a recém-adquirida Universidade Gama Filho, no Rio. As
investigações encontraram indícios de que o dinheiro captado foi
desviado para outros fins, em especial para contas bancárias dos
investigados, de terceiros e de pessoas jurídicas relacionadas aos
investigados, levando a falência da Gama Filho e da UniverCidade, também
mantida pelo Grupo.
Em 2014, o Ministério da Educação descredenciou a universidade interrompendo cursos tradicionais como medicina.
A operação causou perdas aos segurados no valor de R$ 90 milhões.
"A gravidade dos supostos crimes
cometidos é potencializada por dois fatores sociais cruéis: o prejuízo
em suas aposentadorias sofrido pelos segurados dos fundos de pensão
afetados e o irreversível dano que milhares de alunos das universidades
Gama Filho e UniverCidade tiveram que suportar por causa da ruína dessas
instituições de ensino", afirma o procurador regional da República
Márcio Barra Lima.
Nesta manhã de sexta foram presos o
ex-diretor financeiro do Postalis Adilson Florêncio da Costa, em
Brasília. No Rio, a PF prendeu os sócios do Grupo Galileu à época dos
fatos Márcio André Mendes Costa e Ricardo Andrade Magro, dos então
representantes legais da Universidade Gama Filho Paulo César Prado
Ferreira da Gama e Luiz Alfredo da Gama Botafogo Muniz, do ex-diretor do
Grupo Galileo Carlos Alberto Peregrino da Silva e do advogado Roberto
Roland Rodrigues da Silva Júnior.
Todos estão sendo levados para a
superintendência da PF no Rio. Até o momento, a reportagem não obteve
contato com os advogados dos presos.
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