Ex-delegado da PF disse em entrevista que sua vida está em risco no Brasil.
Ele foi condenado por violação de sigilo funcional após Operação Satiagraha.
Protógenes Queiroz (Foto: Agência Brasil)
O site suíço "Sept" afirmou nesta quarta-feira (6) que o o ex-deputado
e ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz pediu asilo à
Suíça, e que a solicitação foi aceita.O advogado de Queiroz no Brasil, Adib Abdouni, confirmou a informação. "Agora a residência dele é na Suíça", disse. A resposta das autoridades suíças veio na própria quarta, segundo Abdouni e o "Sept".
O ex-delegado foi procurado pelo G1, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Queiroz comandou em 2008 a Operação Satiagraha, que investigou crimes financeiros e prendeu o banqueiro Daniel Dantas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, já falecido.
Em 2014, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional, em decorrência da Operação Satiagraha. À época, ele era deputado federal pelo PCdoB de São Paulo.
A operação foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por considerar que as provas obtidas se basearam em gravações telefônicas feitas ilegalmente. Em 2015 ele foi exonerado da PF por "infrações disciplinares".
Na entrevista publicada nesta quarta-feira no "Sept", Queiroz diz que está na Suíça desde outubro de 2015. "Se eu voltar, serei executado. Minha vida está em jogo. A estrutura de corrupção que eu ataquei me quer morta", disse Protógenes."A Justiça do meu país tirou a proteção de que eu me beneficiaria como policial. Não tenho o direito de carregar uma arma, ou para ter um carro blindado ou uma escolta pessoal. Então eu decidi procurar a segurança que me é necessária para continuar a minha luta aqui na Suíça", acrescentou.
Violação de sigilo funcional
De acordo com a acusação do Ministério Público Federal acolhida pelo STF, Protógenes teria revelado a jornalistas que, no dia 19 de junho de 2008, ocorreria uma reunião em um restaurante paulista entre dois investigados na Operação Satiagraha, Humberto Braz e Hugo Chicaroni, e um delegado da PF.
No encontro, previamente programado pelos investigadores para produzir um flagrante, os investigados ofereceram propina ao delegado, com a finalidade de se livrarem da operação.
Protógenes teria cometido violação do sigilo funcional, conforme o Ministério Público, por ter informado a dois jornalistas a data em que seria deflagrada a operação policial, dia 8 de julho de 2008.
Com base nessa informação, jornalistas e cinegrafistas se posicionaram com antecedência, na madrugada daquele dia, em locais onde seriam realizadas buscas e prisões, especialmente de pessoas públicas como a do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e a do empresário Naji Nahas.
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