MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ativista de 17 anos diz ter sofrido assédio ao procurar deputado


Jovem de SC cobrou posicionamento sobre impeachment por telefone.
Gabinete de João Carlos Bacelar diz que assessor respondeu mensagens.

Mariana Faraco e Mariana de ÁvilaDo G1 SC
Adolescente publicou troca de mensagens com celular de deputado (Foto: Reprodução)Adolescente publicou troca de mensagens com celular de deputado (Foto: Reprodução)
Uma estudante de 17 anos, ativista do Movimento Brasil Livre (MBL) em Florianópolis, afirma ter sido assediada por um deputado federal, pelo celular, durante uma ação para pressionar parlamentares apontados como indecisos a se posicionarem sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Faz um certo tempo que o pessoal do Vem pra Rua publicou uma lista com contatos dos deputados indecisos e começamos a 'Operação Minerva'", contou a a adolescente ao G1. O trabalho consiste em pressionar políticos pelas redes sociais ou até mesmo em frente às casas deles.
A adolescente disse que, na tarde de terça (5), enviou uma mensagem via Whatsapp para o celular com DDD do Distrito Federal apontado como sendo deputado federal João Carlos Bacelar, do PR da Bahia.
Em resposta, a jovem recebeu a mensagem "Você é linda". Após insistir na pergunta, ela é orientada a "inquirir os deputados do seu estado" e em, seguida, recebe a mensagem "Vc [sic] é muito bonita, é muito insistente. Venha no meu gabinete e lhe falo pessoalmente".
Em outro momento da conversa, a jovem recebe a mensagem "Até gostaria que uma mulher bonita como vc votasse no meu estado"  e, ao pedir que o deputado "fique do lado da população brasileira", recebe a frase "Se for pra namorar vc posso pensar". Na sequência, recebe xingamentos como resposta.
Adolescente publicou diálogo com xingamentos (Foto: Reprodução)Adolescente publicou diálogo com xingamentos
(Foto: Reprodução)
"Vai-te pra porra", diz uma resposta. "Vai trabalhar e para de me encher o saco". A adolescente questiona: "Nossa, deputado, pra que tanta agressividade. Não estou lhe [sic} entendendo".
Em outro trecho, ela insiste. "Deputado Cacá, porque [sic] o senhor me ignora?", diz a jovem. "Sua filha da puta. Já lhe disse que pare de me importunar", recebe como resposta.

'Forma absurda'
"Vários responderam de forma tranquila, outros bloquearam, o que é direito deles. Só ele respondeu dessa forma absurda. Tenho 17 anos", disse a adolescente. "Ele inclusive me ligou no meio da conversa, tenho todas as provas", disse a garota.

A mãe da jovem disse ao G1 que registrou um boletim de ocorrência na noite de quarta-feira (6) no 6º Distrito Policial de Proteção à Mulher, no bairro Agronômica e informou o número do registro. "Foi bem desagradável", disse a mãe. A assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou que um registro de injúria foi feito pela mãe da vítima, mas não informou o teor do documento.
"Amanhã [sexta], em posse da ata notorial que comprova a veracidade das mensagens, vamos à Polícia Federal", afirmou a mãe, que é funcionária pública.

Contatos com celulares
O G1 ligou para o celular que aparece nas conversas postadas pela adolescente. Na quarta-feira, um homem atendeu e negou ser o deputado. Ele se identificou como Zé Barbosa, disse não trabalhar na Câmara e que o celular já havia sido do deputado, mas que não era mais.
Nesta quinta-feira (7), entretanto, a assessoria de imprensa de João Carlos Bacelar afirmou que as mensagens foram enviadas sem conhecimento do parlamentar por um assessor, que foi suspenso e poderá ser exonerado. No momento da conversa, segundo a assessoria, o aparelho estava no gabinete do deputado.
O coordenador regional do Movimento Brasil Livre em Santa Catarina, Alexandre Paiva, informou que está em Brasília nesta quinta-feira (7) e, por duas vezes, foi ao gabinete do deputado, mas não foi recebido até o início desta tarde.
“Nós repudiamos a atitude do deputado com relação a nossa apoiadora. O MBL está dando apoio jurídico ao caso, nosso advogado está envolvido na defesa dela, e provavelmente na próxima semana entraremos com as medidas necessárias para resguardar os direitos da pessoa ofendida”, disse Paiva.

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