MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 30 de abril de 2016

TV por sinal digital chega a Salvador em julho de 2017


Em 26 de julho de 2017, ou dentro de 452 dias, Salvador vai migrar completamente para a TV por sinal digital

por
Albenísio Fonseca
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A contagem regressiva já começou. Em 26 de julho de 2017, ou dentro de 452 dias, Salvador vai migrar completamente para a TV por sinal digital.
Isso significa, ao mesmo tempo, o desligamento ou switch off (na expressão em inglês) do sinal analógico, isto é, do sistema de captação pelos aparelhos de televisão com a tecnologia implantada no Brasil em 1960 e mesmo com o avanço para a recepção em cores, em 1972.
Após atrasos no cronograma proposto inicialmente pelo MiniCom-Ministério das Comunicações para novembro de 2015, a cidade de Rio Verde (GO) tornou-se a primeira, não só do Brasil, mas da América Latina, a sofrer o desligamento analógico e adotar a recepção exclusiva do sinal digital no último dia 15 de fevereiro.
Na Bahia, o “apagão analógico” acontecerá com antecipação de quatro dias, também em relação ao cronograma inicial, em Salvador e cidades como Camaçari, Dias d’Ávila, Itaparica, Jaguaripe, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Salinas da Margarida, São Francisco do Conde, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz.
Na mesma data, em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte e cidades do entorno. Antes, no próximo dia 26 de outubro, o cronograma prevê o desligamento analógico e adoção do digital no Distrito Federal e nove cidades goianas, como Cristalina, Luziânia, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental, Novo Gama, Formosa, Águas Lindas de Goiás e Planaltina.
O calendário para instalação do sinal digital em todo o país se estende até 2018, conforme o Minicom, caso não ocorram novos percalços, seja de caráter técnico ou político, como as eleições programadas para aquele ano.
Entre os benefícios do desligamento do sinal analógico estão a melhor qualidade de som e imagem proporcionadas pelo sinal digital e a liberação da faixa de frequência de 700 MHz, que passará a ser usada pelas operadoras de telefonia na expansão do sinal de 4G para todo o país.
Para a população que ainda utiliza os televisores mais antigos tenha acesso ao sinal digital, está prevista a distribuição de 370 mil conversores para os inscritos no programa Bolsa Família e no cadastro único do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Em janeiro, o MiniCom publicou o cronograma do switch off nas principais regiões do país.
No último dia 28, através de portaria, o Ministério detalha as cidades e o entorno dessas localidades que serão afetados em 2017. A maior parte dos municípios fica em São Paulo. Também há desligamentos previstos, além da Bahia, nos estados de Goiás, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Vale salientar que, na preparação para o desligamento do sinal analógico, as cidades passam por pesquisas regulares que apuram o alcance do sinal digital. Faltando um ano para a data do desligamento, quem assiste televisão pelo sinal analógico recebe avisos na tela sobre a transição do sinal que se tornam mais frequentes à medida que a data da mudança se aproxima.
O cronograma das cidades, para 2018, ano limite estipulado para a implantação do sinal digital, com base na agenda inicial, ainda não confirmada pelo Ministério, prevê a digitalização a partir do segundo semestre daquele ano em Manaus, Belém, São Luis, Natal, João Pessoa, Maceió e Aracaju,. Apenas no final de 2018 o apagão atinge o interior do País.
Migração tecnológica deveria começar antes da Copa
 A migração tecnológica deveria ter começado antes da Copa do Mundo. O prazo foi estendido devido a pedidos das emissoras abertas para conclusão de infraestrutura.
A prorrogação para 2015 enfrentou decisão de suspensão, pelo TCU, do leilão da faixa dos 700 megahertz – utilizada pelas transmissões analógicas e já destinada à frequência da tecnologia de quarta geração (4G) do serviço de telefonia móvel. Atualmente, a 4G opera somente na faixa de 2,5 gigahertz, leiloada em 2012. Com isso, o cronograma foi alterado.
O leilão aconteceu em setembro de 2014. Das operadoras, apenas a OI não mostrou interesse. O governo previa conseguir R$ 8 bilhões com a venda pública para as conexões em 4G na faixa dos 700 MHz, mas arrecadou menos, R$ 5,851 bilhões – com um ágio médio de 0,66% em relação ao preço mínimo.
Os vencedores da licitação – Vivo, Tim e Claro – terão de arcar com os custos de remanejamento e outras questões, como filtros para impedir interferência de sinal que podem gerar a “tela preta” nas captações da TV aberta.
Estudos de recanalização passaram a ser adotados para os estados do Sudeste, Distrito Federal e Goiás, área habitada por 41% dos brasileiros.
O atraso foi justificado, também, no propósito de atingir o índice mínimo de acessos ao sinal digital. A exigência é de que 93% dos domicílios de cada localidade estejam aptos à recepção da televisão digital para que o sinal analógico seja desligado.
O desligamento em São Paulo era previsto para maio deste ano e foi passado para março de 2017. No Rio de Janeiro, o sinal só será desligado em outubro de 2017, enquanto que a previsão era novembro deste ano.
Segundo o MiniCom, o objetivo é reduzir ao máximo a quantidade de cidades onde será preciso desligar o sinal analógico e liberar a faixa de 700 Mhz.
A perspectiva é desligar apenas 630 pontos, o que deve afetar 1200 cidades. Há um estudo que aponta 724 cidades onde o sinal analógico precisa ser desligado.
O processo não se resume a números e datas e promete ser complicado para o governo, a indústria de radiodifusão e, evidentemente, para a população.
Além da superação do conflito no espectro com a TV aberta, o próprio cronograma é outro dos motivos de preocupação por parte dos radiodifusores.
Conforme Davi Britto, membro do conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital-SBTVD, há uma “curva muito acentuada no final do projeto”, ao invés de uma distribuição mais equilibrada durante os quatro anos de implementação.
“Parece que o problema mais difícil será deixado para o final, e nós estamos falando de um universo de municípios enorme e de população pequena”.

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