Demorou,
mas os brasileiros acordaram para as maracutaias (palavra do próprio
para definir crimes) de Lula, o populista que sempre procurou tiranizar o
país. Também não tenho dúvidas, junto com o historiador Marco Antônio Villa:
estamos assistindo aos últimos dias do projeto criminoso de poder do
lulopetismo (RIP: Requiescat in pace - melhor seria: na prisão):
Assistimos
aos últimos dias do projeto criminoso no poder. O país padeceu durante
treze anos de uma forma de ação política que associou o velho
coronelismo tupiniquim ao leninismo — e com toques de um stalinismo
tropical, mais suave, porém mais eficaz. Ainda não sabemos — dada a
proximidade histórica — quais os efeitos duradouros deste tipo de
domínio que levou à tomada do aparelho de Estado e de seus braços por
milhares de funcionários-militantes, que transformaram a ação estatal em
correia de transmissão do projeto petista, criminoso em sua ação e
devastador na destruição do patrimônio nacional.
É
nesta conjuntura — a mais grave da história do Brasil republicano — que
as nossas instituições vão ser efetivamente testadas. Até o momento,
uma delas, o Supremo Tribunal Federal, ainda não passou no exame. Muito
pelo contrário. Inventou um rito de impeachment que viola a
Constituição. Sim, viola a Constituição. Deu ao Senado o “direito” de
votar se aceita a abertura de processo aprovada pela Câmara, o que
afronta os artigos 51 e 52 da Constituição. E interferiu até na
composição da comissão processante da Câmara. Pior deverá ser a
concessão de foro privilegiado e, mais ainda, do cargo de ministro Chefe
da Casa Civil a Luís Inácio Lula da Silva. Caso isso ocorra — e
saberemos nesta semana — o STF deixará de ser um poder independente e
passará a ser um mero puxadinho do Palácio do Planalto, uma Suprema
Corte ao estilo da antiga URSS.
Ainda
na esfera do STF, causa preocupação o seu protagonismo em um processo
estritamente político como é o impeachment. Não cabe à Suprema Corte
decidir o andamento interno e o debate congressual do impeachment. O STF
não pode, em nenhuma hipótese, se transformar no Poder Moderador — de
triste memória, basta recordar os artigos 98-101 da Constituição de
1824. E nem desempenhar o papel que o Exército teve nas crises políticas
desde a proclamação da República até a promulgação da Constituição de
1988. Em outras palavras, o STF não pode ser a carta na mão de
golpistas, que a colocam na mesa quando estão correndo risco de derrota.
Judicializar o impeachment é agravar ainda mais a crise e jogar o país
no caos social e político.
A
solução do impasse político é no Parlamento — e com a participação das
ruas. A manifestação de 13 de março — a maior da história do Brasil —
impediu uma saída negociada do projeto criminoso do poder. O sinal das
ruas foi claro: fora Dilma e Lula na cadeia. A estas duas palavras de
ordem, as ruas reforçaram ainda mais a necessidade imperiosa de
continuidade da Lava-Jato até o final. O impulso popular levou o PMDB a
mudar radicalmente de posição, basta recordar a dúbia decisão tomada a
12 de março — de independência — e a meteórica reunião de 29 de março,
quando rompeu com o governo.
A
participação das ruas na política brasileira inaugurou um novo momento
na nossa história. É incrível o desinteresse da universidade em estudar o
fenômeno representado, entre outros, pelos movimentos Vem pra Rua e
Brasil Livre. Ao invés de enfrentar este desafio interpretativo, os
docentes das instituições públicas organizam atos e manifestos em defesa
de um governo corrupto, antibrasileiro e criminoso. É a apologia ao
crime — e paga com dinheiro público.
A
resposta do projeto criminoso de poder foi pífia. Tentou de todas as
formas organizar manifestações para demonstrar que ainda domina as ruas e
tem apoio popular. Fracassou. Mesmo utilizando-se de fartos recursos
públicos, de partidos políticos, centrais sindicais pelegas e contando
com setores da imprensa para inflar o número de participantes. Pior
foram os comícios realizados no Palácio do Planalto. Nunca a sede do
Executivo Federal assistiu aos tristes espetáculos de incitação à
violência, de ameaça à propriedade privada e ao rompimento da ordem
legal. E contando com a conivência de Dilma. Lula, o presidente de fato,
optou por permanecer em uma suíte de hotel, em Brasília, de onde
governa o Brasil, como se a ficção dos clássicos da literatura
latinoamericana — “A hora do bode”, de Mário Vargas Llosa, entre outros —
fosse transformada em realidade.
Neste
momento decisivo da vida nacional é necessário evitar cair nas
armadilhas produzidas à exaustão pelo projeto criminoso de poder. Num
dia insinuam que adotarão o Estado de Defesa (artigo 136 da
Constituição), noutro que vão antecipar a eleição presidencial, depois
que contam com um número confortável de deputados para impedir a
abertura do processo de impeachment, ou que o Senado vai rejeitar a
decisão da Câmara. E mais: que a saída de Dilma vai produzir uma grave
crise social. Falácias. É o desespero, pois se avizinha — ainda neste
mês — a derrota acachapante do petismo.
A
hora do acerto de contas político está chegando. Manter o respeito à
lei, à ordem e à Constituição é essencial. Lula — que é quem, de fato,
vai ser “impechado” — agirá para desestabilizar o processo democrático,
como se fosse um general abandonando território conquistado. Destruirá o
que for possível destruir. Não deixará pedra sobre pedra — daí a
necessidade da sua prisão, pois solto coloca em risco a ordem pública,
desrespeita as instituições e ameaça o país com uma guerra civil. Quer
transformar a sua derrota em um cataclismo nacional. Não vai conseguir. A
desmoralização da política não pode chegar ao ponto de dar a ele o
direito de decidir que vai incendiar o país. Ele sabe que, desta vez,
como se diz popularmente, a crise não vai acabar em pizza — ou na rota
do frango com polenta, em São Bernardo do Campo. Vai terminar em sushi.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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