MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Ex-dono de restaurante fatura R$ 20 milhões como o rei dos cemitérios


O empresário se tornou referência no setor e administra cemitérios, crematórios e funerária, além de oferecer um plano funerário vendido no sistema porta a porta

por
Bárbara Libório - iG São Paulo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Nos primeiros anos da década de 1970, Jayme Adissi, que hoje tem 68 anos, era proprietário de um restaurante em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi em 1973, quando ele tinha 26 anos, que a sua vida mudou. Adissi abandonou a boemia carioca e se mudou para São Paulo apostando em um novo empreendimento: um cemitério em Guarulhos.
"A vida de dono de restaurante era dura. Trabalhávamos até de madrugada e abríamos o estabelecimento cedo para preparar o dia seguinte. Minha tia já trabalhava em um cemitério em São Paulo e me contou que um cemitério estava à venda", conta o empresário.
A mudança foi radical. "Durante cinco anos eu dizia que ia embora no fim do ano", diz. Adissi afirma que nunca imaginou que empreenderia na área.
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Pagar pelo empreendimento também não foi fácil. Segundo Adissi, foram várias parcelas e notas promissórias.
Hoje, o empresário fatura em torno de R$ 20 milhões por ano com o Grupo Primaveras, que possui dois cemitérios-parque, um crematório, duas funerárias e um plano de assistência funeral, em Guarulhos, além de lanchonetes e floriculturas nos locais.
"Fomos aprendendo e acrescentando as coisas com o tempo. No começo, pensava que meu negócio era o cemitério e não queria saber de outras coisas, mas vi que uma coisa complementa a outra. Hoje, eu atendo o cliente em todos os aspectos, desde que acontece o falecimento", diz Adissi.
As vendas porta a porta foram importantes para o crescimento do negócio. "A gente percebe que o principal, principalmente em relação ao plano de assistência funeral, não é o valor, mas a comodidade de não ter que pensar na burocracia quando o pior acontece. Pessoas mal intencionadas podem se aproveitar do momento", explica.
A empresa é familiar. A mulher do empresário e seus três filhos trabalham no empreendimento. Eles empregam cerca de 250 pessoas. "Todo o pessoal passa por treinamento com psicólogos duas vezes por ano, da faxineira ao sepultador. Todos têm, de alguma forma, contato com a morte, e precisam saber o que falar e o que não falar, por exemplo."
Empreendimentos têm diferenciais
"Tenho parcerias com hospitais. Quando um segurado morre, são psicólogos da minha empresa que dão a notícia aos familiares", afirma. O empresário percebeu a necessidade do atendimento mais humanizado quando passou por uma situação de perda na família. "Quando minha mãe faleceu, me deram a notícia de uma forma horrível. Preciso atender bem o meu cliente porque, quando ele me procura, está no pior momento da sua vida".
O Grupo Primaveras também realiza semanalmente um Grupo de Apoio ao Enlutado, gratuito e aberto à comunidade. Os cemitérios têm violinista ao vivo para velórios e sepultamentos e realizam, desde 2007, o "Finados Noturno", na noite de 1º de novembro, inspirado em tradições mexicanas.
Adissi tem planos de expandir os negócios, mas deve continuar na cidade de Guarulhos. "A cidade é grande. Quando eu cheguei, tinha 200 mil habitantes, hoje, tem mais de um milhão. E não quero empreender em outro ramo, não", afirma.
A experiência de longa data no setor fez com que Adissi se tornasse um dos fundadores do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), que presidiu durante 15 anos.
Ele também é autor do livro "Quem Quer Comprar um Túmulo?", lançado em 2010 pela Matrix Editora, em que fala sobre sua trajetória empreendedora.

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