Petismo resolveu botar a sua tropa de “alternativos” nas ruas, mobilizando as ditas minorias para abafar o alarido em favor do impeachment
O PT
está tentando se reorganizar e usa seus satélites de esquerda como
instrumento. Quais satélites? O mais funcional é o PSOL, que tem
representação no Congresso e alguns parlamentares muito ativos —
refiro-me ao proselitismo —, como Jean Wyllys (RJ) e Chico Alencar.
Aliás, uma nota à margem: Chico, que sempre se quis um pensador, está
começando a virar coadjuvante da pantomima de Wyllys, que continua BBB
na vida. Mas há outros partidos e grupelhos que estão sendo
instrumentalizados pelos petistas: MST, MTST, PSTU, Movimento Passe
Livre, feminazismo etc. Daqui a pouco, antevejo, chegará a hora de os
racialistas fazerem um protesto.
Neste
domingo, cerca de 100 pessoas do MST e do Levante Popular da Juventude
(que é a versão iê-iê-iê dos sem-terra) resolveram organizar um protesto
em frente à casa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da
Câmara. Foram lá por duas razões: para cobrar que ele renuncie à
Presidência da Casa e para se manifestar contra o PL 5.069, de autoria
do deputado, que, segundo os militantes, dificulta a realização do
aborto legal.
Bem,
leitor, tenha você a opinião que for a respeito do aborto, o mínimo que
espero é um compromisso com a verdade e com decência. Como é que um
movimento que já foi à rua em defesa do mandato de Dilma tem a
cara-de-pau de pedir a cabeça de Cunha? Qual é o critério? Os malfeitos
dos adversários devem ser punidos, e os atos dos malfeitores, quando a
serviço do PT, aplaudidos? É isso? O petista raso poderia indagar: “Você
não faz o contrário? Defende Cunha e quer o impeachment de Dilma?” Não!
Eu quero ambos fora de seus respectivos cargos. Só que digo com todas
as letras que Rodrigo Janot tem um ritmo para investigar o presidente da
Câmara e outro para apurar as irregularidades atribuídas aos demais.
Adiante. A
passeata promovida na sexta, em São Paulo, pelas feminázis e o protesto
em frente à casa de Cunha neste domingo têm como pretexto cobrar a
rejeição ao Projeto de Lei 5.069 (íntegra aqui),
de autoria do deputado, acusado de criar dificuldades extras para a
realização do aborto legal, hoje permitido em caso de estupro, de risco
de morta na mãe e, por decisão a meu ver arbitrária e descabida do STF, a
quem não é permitido legislar, quando há diagnóstico de anencefalia do
feto.
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Mas,
afinal, o texto proposto por Cunha cria mesmo as tais dificuldades?
Trata-se de uma mentira asquerosa, mais uma, na qual a imprensa embarca
gostosamente, a exemplo do que fez quando acusou a existência de um
projeto, que nunca existiu, que instituiria a cura gay. Já lembro esse
episódio. Fiquemos no caso do PL 5.069. O que propõe o dito-cujo, já
aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara? Prestem
atenção!!! Passa a ser crime, com detenção de quatro a oito anos, “anunciar
processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto, induzir ou
instigar gestante a usar substância ou objeto abortivo, instruir ou
orientar gestante sobre como praticar aborto, ou prestar-lhe qualquer
auxílio para que o pratique, ainda que sob o pretexto de redução de
danos: Pena: detenção, de quatro a oito anos.”
Sim,
trata-se de uma proposta que vai na contramão da militância, mas cadê as
supostas restrições ao aborto legal? O texto abre, sim, a possibilidade
de se punirem aborteiros informais. A menos que alguém esteja disposto a
praticar o aborto com as próprias mãos ou a sair anunciando por aí
métodos alternativos para a eliminação do feto, em que mesmo o texto
agride os direitos das mulheres?
Trata-se
de uma mentira asquerosa. Estão usando o PL de autoria de Cunha para
organizar manifestações contra o deputado de olho na questão política. A
própria imprensa passa a repetir a mentira, reitero, de que o texto
cria dificuldades adicionais para o aborto, reeditando a farsa da
suposta cura gay.
A cura gay
Em 2013, um Projeto de Decreto Legislativo derrubava dois dispositivos da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia: tornava sem efeito o Parágrafo Único do Artigo 3º e derrubava todo o Parágrafo 4º. Leiam o que está na tal resolução:
“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Em 2013, um Projeto de Decreto Legislativo derrubava dois dispositivos da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia: tornava sem efeito o Parágrafo Único do Artigo 3º e derrubava todo o Parágrafo 4º. Leiam o que está na tal resolução:
“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Notem:
ninguém queria mexer com o caput do Artigo 3º. Continuaria proibida a
patologização da homossexualidade ou qualquer forma de tratamento
coercitivo. O que se propunha era derrubar o parágrafo único do Artigo
3º e o Artigo 4º, que abrem caminho para a perseguição e para o delito
de opinião. Digam-me: se um gay quer recorrer a um psicólogo porque
pretende, sei lá, abster-se de fazer sexo e se ele considera que o
profissional pode ajudá-lo, o este deve ser punido por isso? Faz sentido
um conselho impedir alguém de emitir uma opinião, ainda que possamos
considerá-la errada?
É claro
que acho a tal “cura gay” um absurdo sob qualquer ponto de vista,
inclusive o científico. Mas era uma mentira deslavada que houvesse um
projeto instituindo a dita-cuja. A manutenção do caput do Artigo 3º era a
prova. Tal foi o barulho que as esquerdas e os militantes gays fizeram
que o Projeto de Decreto Legislativo foi arquivado. E o Conselho Federal
de Psicologia continua livre para punir pessoas por delito de opinião.
Reitero: o
texto de Cunha não cria dificuldade adicional nenhuma para o aborto:
ZERO!!! Trata-se apenas de uma mentira militante que o PT está
alimentando para pôr a tigrada na rua, tentando retomar o espaço público
com causas caras às esquerdas. A intenção é tirar o impeachment da
pauta.
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