UM ATO EXPLÍCITO DE ANTISSEMITISMO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. E AÍ? VAI FICAR POR ISSO MESMO?
Quando a
gente acha que eles já chegaram ao limite até do intolerável, estejam
certos, dão mais um passo e mergulham na abjeção mais explícita, mais
descarada, mais asquerosa. Algo de muito grave aconteceu na Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Trata-se de um
ato explícito, acho eu, de antissemitismo — e não adianta dourar a
pílula —, que agride o Artigo 5º da Constituição e a Lei 7.716,
atualizada pela 9.459, que pune o crime de racismo.
O que aconteceu? O inimaginável.
José
Fernando Schlosser, pró-reitor de pós-graduação da UFSM, enviou um
memorando a todos os chefes do programa cobrando uma relação de alunos e
professores oriundos de Israel. Ele deixou claro de quem era a
solicitação: Diretório Central de Estudantes (DCE), Seção Sindical dos
Docentes da UFSM (Sedufsm), Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) e
Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino. Vejam.
Para quê?
Com que propósito? O memorando não explicita, mas todos sabem o que
todos sabem: o objetivo era propor boicote a esses cursos e, na prática,
hostilizar os alunos e professores israelenses porque… israelenses.
Talvez o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino
tenha explicação melhor.
É claro
que se trata de uma manifestação arreganhada de antissemitismo. Ah, não?
Não tem nada a ver com o fato de serem judeus? Serve, então, uma
acusação de “anti-israelismo” — como se fosse coisa muito distinta? Por
que o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino quer
saber onde estão os israelenses? Por que o DCE quer a lista? E as
entidades de caráter sindical?
Essa gente
toda tem de ser processada. É claro que José Fernando Schlosser, com
sua espantosa irresponsabilidade, tem de encabeçar a lista. O segundo
pode ser o reitor da instituição, o senhor Paulo Burmann. Por quê?
Explico. Vejam isto.
Burmann
confirma que o pedido foi mesmo feito, mas nega que o documento tenha
sido emitido com as palavras de ordem apostas ao texto “Freedom for
Palestine” e “Boycott Israel”. Em nota, afirma o seguinte:
“Diante do fato, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, reitera que o documento é ‘inverídico e fraudulento’ e que os responsáveis pela fraude e disseminação serão identificados. Complementa ainda que, encaminhando o documento original, a Instituição apenas cumpriu a Lei de Acesso à Informação.”
“Diante do fato, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, reitera que o documento é ‘inverídico e fraudulento’ e que os responsáveis pela fraude e disseminação serão identificados. Complementa ainda que, encaminhando o documento original, a Instituição apenas cumpriu a Lei de Acesso à Informação.”
Uma ova,
doutor! A Lei de Acesso à Informação não serve a esse propósito. Em que a
lista de estudantes e professores judeus pode ser útil às entidades
que o solicitaram? Quer dizer que Burmann acha grave que alguém escreva
num documento “liberdade para a Palestina” e “boicote a Israel”, mas
acha normal que se encaminhe uma solicitação como aquela? O grave, meu
senhor, não está contido naquela imagem, mas no texto em si e na
iniciativa.
No jornal Zero Hora, leio a seguinte desculpa esfarrapada:
“A Sedufsm também nega qualquer tipo de discriminação e alega que havia pedido informações sobre um possível convênio entre UFSM e a empresa israelense Elbit, que fabrica armamentos e aeronaves. A justificativa para o pedido de informações é que a Sedufsm é contra a participação da UFSM em convênio que possa resultar em armas a serem usadas contra os palestinos, que estão em conflito com Israel.”
“A Sedufsm também nega qualquer tipo de discriminação e alega que havia pedido informações sobre um possível convênio entre UFSM e a empresa israelense Elbit, que fabrica armamentos e aeronaves. A justificativa para o pedido de informações é que a Sedufsm é contra a participação da UFSM em convênio que possa resultar em armas a serem usadas contra os palestinos, que estão em conflito com Israel.”
Ah, não me diga! E se for um convênio com Venezuela, Cuba, Angola, Bolívia ou Equador?
As
universidades federais, com exceções raras, tornaram-se antros da
militância ideológica mais obtusa, mais obscurantista, mais cretina e,
parece-me, potencialmente violenta. Vejo na justificativa da Sedufsm uma
espécie de confissão: ainda que o tal convênio existisse, por que
alunos e professores israelenses deveriam responder por ele?
Leio no blog do
jornalista Políbio Braga que “o professor da Ufrgs, também jornalista,
Luís Milmann, protocolou uma notícia-crime contra Schlosser no
Ministério Público Federal. Denunciou ainda a prática discriminatória à
Polícia Federal, à reitoria da UFSM, ao Ministério da Educação, à
Presidência da República, à embaixada de Israel no Brasil, ao presidente
da Federação Israelita do Rio Grande do Sul e ao Movimento Justiça e
Direitos Humanos.
É o certo.
O que se deu é muito grave. Esse tipo de delinquência política,
intelectual e moral não pode mais ter lugar nas universidades
brasileiras, muito especialmente nas públicas, assaltadas por grupelhos
de extrema esquerda que se querem os intendentes de uma ordem que
afronta as instituições e a Constituição do Brasil.
Se o ato
do tal professor é asqueroso, não é menos deletéria a reação do reitor,
que se incomoda com o menos e tenta justificar o mais. A reitoria diz
ainda que jamais forneceria os respectivos nomes de alunos e
professores, mas apenas a existência ou não dessas pessoas. Ainda que
fosse assim, com que propósito?
O que
querem as entidades que pediram a informação? O que quer o professor? O
que quer o reitor? Que os judeus passem a circular no campus com
uniformes listrados e uma estrela amarela no peito?
Nenhum comentário:
Postar um comentário