Li aqui no “Alerta Total”, de28 de junho, com espanto,
artigo assinado por Sua Excelência o
Desembargador Carlos Henrique Abrão,
e que leva por título “A Falência de Uma
Nação”. Cheguei a comentar o artigo. Mas não deu para enviar. Foi melhor assim.
O assunto mereceria mais espaço. É o que
faço agora.
Não há qualquer dúvida que moral e politicamente o Brasil
estáfalido ,há bastante tempo, como
assegura o ilustre Desembargador. O articulista também acerta quando
aponta as premissas que levaram a essa falência. E são exatamente esses os
motivos que levaram os defensores da divisão do Brasil em novos países a
concluir que o “Brasil não deu certo”.
Essa bandeira, portadapelos independentistas do SUL (PR,SC e RS),dentre
outros, tem suas raízes no fato da necessidade de ser desmanchado o que não deu
certo, nem haver qualquer
perspectiva de isso acontecer algum dia. Os 500 anos nada dignos da história
dessepaís ,são provas suficientes. Eo nobre Desembargador sabe melhor que
ninguém quais as consequências de uma FALÊNCIA no mundo jurídico. Teria sido
bem pensado o título escolhido paraesse artigo ? Parece que não.
Interessante é observarque a própria Justiça defende com
“unhas-e-dentes” a manutenção da integridade do Brasil em virtude de um dispositivo constitucional. Chegou a
rejeitar o pedido de registrode um partido político (PRF-Partido da República
Farroupilha),mesmo como pessoa jurídica, que
tinha a causa independentista do SUL ,e outras regiões, como meta no seu
programa. O TJRGS não levou em consideração o direito que tem um partido
político de pleitear uma nova constituição permissiva desse intento. Se isso
for vedado a um partido política (defender uma nova constituição) ,acaba de
vez não só qualquer resquício de
democracia, como também de liberdade.
Resta salientar que os canalhas que tomaram conta do poder
político, hojeacampados nos Poderes Executivo e Legislativo, conseguiram mutilar
totalmente o Estado-de-Direito no Brasil. E nisso tiveram a parceria, por omissão, do próprio Poder Judiciário e
daquela infinidade de instituições públicas que deveriam controlar tais
situações e nada fazem ,o que permitiu a
entrada em vigor, sempre camuflado , do “estado-de -antidireito”. Mas essa postura de omissão está sendo
generosamente recompensada por umaescandalosa política
de remuneração dos magistrados, que
passarão a receber verdadeiras fortunas salariais nesse odioso pacto entre as
autoridades governamentais, parlamentares e judiciário. A tentativa de “compra” do
Judiciário é escancarada.
Desse modo, seria mais coerente que as pessoas se olhassem
no espelho, ao lado das
instituições a que pertencem, antes de
saírem dando tiros para todos os lados com suas críticas e pregação de moral.
Mas com essa“introdução”, quase acabei fugindo do assunto.
O Dr.C.H.Abrãoconsidera
uma “tragédia” a derrota da seleção de
futebol do Brasil para o Paraguai, no jogo de 27.6.15,chegando a chamá-la de
“humilhante” e “vexatória”.
Mas noquê ,afinal, o Brasil
seria superior ao Paraguai, para sentir-se “vexado” e “humilhado” com a justa
vitória paraguaia ? Seria pelo “tamanho” do Brasil, em território
e população ?
Interessante é observar que a luta mundial contra
preconceitos foi adotada até de forma exageradano Brasil. Hoje se pune qualquer
manifestação de preconceito contra pessoas.
Mas e o preconceito contra nações,como fica? Não seria muito
mais grave que entre pessoas?
Essaacusação de derrota “vexatória” e “humilhante” ,do Brasil
para o Paraguai, não poderia ser
enquadrada como preconceito puro sangue ?
A bem da verdade ,a única “tragédia”, ou derrota “vexatória” e “humilhante”,
ocorrida entre estes dois países (
Brasil e Paraguai),deu-se na GUERRA DO PARAGUAI ( 1864 a 1870),onde o Brasil,
formando quadrilha com a Argentina e
Uruguai, dizimou 70% da população
paraguaia, a maioria homens e jovens ,causando
um impacto tal naquele país que até hoje as consequências são sentidas ,tanto no
aspecto do equilíbrio populacional ,quanto nos aspectos desenvolvimentistas.
Nunca é demais lembrar que os bandidos da Tríplice Aliança
estavam atendendo interesses ingleses, queviam no desenvolvimento próprio do
Paraguai grande ameaça. Dita guerra foi sustentada com dinheiro e apoio militar
dois ingleses.
Um dos “heróis” desse conflito foi o brasileiro CAXIAS, hojepatrono do Exército Brasileiro. Além de ajudar na
destruição populacional e econômica do Paraguai, o “cara” foi tão “valente” que
chegou a dizer que a guerra só seria vencida se fosse mortoaté o último feto
paraguaio no ventre da mãe.
São outros, portanto, os
“vexames”,” tragédias” e
“humilhações” que deveriam ser criticados e lembrados, causando vergonha aos brasileiros.
O grande mérito da vitória paraguaia está em ajudar no
desmanche da SOBERBA CULTURAL que grande parte da população brasileira têm em
relaçãoaos seus vizinhos da América do Sul.
Sérgio Alves de Oliveira
Sociólogo e Advogado
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