MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ivete Sangalo e Criolo encerram show com críticas de Ed Motta e do público


Criolo e Ivete foram parceiros de palco no show em homenagem a Tim Maia

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Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Leo Aversa/Divulgação
Criolo e Ivete Sangalo
Criolo e Ivete Sangalo
A musa do carnaval baiano, Ivete Sangalo, e o rapper Criolo encerraram ontem (28/6), em São Paulo, a versão 2015 do projeto Nivea Viva, que celebrou a obra de Tim Maia. O festival começou em 12 de abril, em Porto Alegre, e já passou por Recife, Fortaleza, Brasília e Rio de Janeiro, com shows gratuitos. O projeto já contou com Maria Rita interpretando Elis Regina, em 2012, e Vanessa da Mata interpretando Tom Jobim, em 2013.
Quem passou pelas vias em torno do Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, encontrou as ruas fechadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Um enorme trânsito preconizava a chega dos astros ao palco. Porém, muitos dos que compareceram ao encerramento da turnê reclamaram da forma como Tim Maia foi representado. “O Criolo canta rap, isso ele faz muito bem. Mas interpretar Tim Maia é outra coisa: precisa de vocal soul, tem que ser muito monstro”, afirmou um skatista que assistiu ao show.
Para uma jovem que saiu da Zona Sul para ver a apresentação no bairro de Santana, a Ivete decepcionou: “Ela parecia muito xôxa, como se estivesse ausente. A impressão era que não estava empolgada, como em outros shows que ela faz por aí”.
Já para um homem que levou a família para passar o domingão ao céu aberto, a apresentação foi positiva. "Achei muito boa a iniciativa, precisamos de mais shows gratuitos desse tipo", afirmou.
Implacável
“Coisa podre” foi como Ed Motta definiu o projeto de shows em homenagem ao seu imortal tio, Tim Maia, promovido com verbas da empresa de cosméticos Nivea. Os shows contaram com produção de Ganjaman e direção de Monique Gardenberg.
As críticas de Ed Motta, que foram publicadas em sua conta no Facebook às vésperas da turnê, começam nesse tom: “Uma empresa de creme me procurou para fazer o ‘projeto’ Tim Maia, a grana não era compatível com meu desprazer em fazer isso”, afirmou.
O post de Motta sugere que os artistas não estariam à altura do mestre do funk-soul brasileiro. “Para mim, a música do Tim Maia é intocável, fica bom mesmo é com ele, é preciso honestidade e vergonha na cara para admitir isso”, escreveu.
Mas Criolo e Ivete?
Quando Ed Motta escreveu que apenas Claudio Zoli poderia interpretar Tim Maia, estava levando a questão aos extremos. Afinal, não é possível que no Brasil não haja outros intérpretes afinadíssimos para encarnar o funk com a malandragem carioca e o feeling do soul “racional”. Há de haver! Mas será Criolo e Ivete?
Em fevereiro, quando a turnê foi anunciada em coletiva de imprensa, Criolo e Ivete falaram sobre a participação na homenagem ao músico que morreu em 1998. "Um dos caras mais sampleados pelo rap é Tim Maia. Ele é uma fonte infinita de inspiração", afirmou Criolo.
Já Ivete disse ser fã de Tim e conhecedora do repertório do artista. “Me identifico muito com ele, que sabia fazer o balanço como ninguém. A gente quer tocar, subir no palco e se balançar", disse.
Ferroadas maldosas
Já há algum tempo, Ed Motta vem fazendo críticas ferrenhas à nova geração da música brasileira. "Por enquanto, só engana os trouxas. Souza Lima urgente pra toda essa geração nefasta e cara de pau", escreveu o músico, sugerindo que os neófitos da música estudassem no Conservatório Musical em São Paulo.
Coincidentemente, uma de suas ferroadas, em 2013, atingiu o produtor Ganjaman, o mesmo que coordenou os shows de Criolo e Ivete Sangalo Brasil afora. Na época, publicou em seu perfil no Facebook um vídeo cantando a música “Shake, Shake, Baby”, sobre a qual faz o comentário abaixo:
"Esse deve ser um dos exemplos do começo da minha carreira, em que tropecei, errei, etc., no julgamento do grande artista, músico, DJ Daniel Ganjaman, a eminência parda por trás de boa parte da submúsica modernex de hoje...", referindo-se ao produtor musical que já trabalhou com o Planet Hemp, Seu Jorge e, recentemente, com Criolo, no aclamado álbum Nó na Orelha.
Abaixo, uma autodefesa de Ed Motta sobre a sua fama de barraqueiro e chato, apresentada à revista Rolling Stone em junho de 2013:
“As pessoas acham que o Ed Motta é um chato, que só gosta de coisa técnica; elas não sabem que eu tenho disco do “Echo and the Bunnymen” em casa, cujo baterista era péssimo”.

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