Problema ocorre na lavanderia em unidade de Santa Maria; diretora nega.
Fotos mostram roupa em varal de residência; hospital tem superbactéria.
Em entrevista nesta quarta, a diretora médica do hospital, Milen Mercaldo, disse que o setor interno de limpeza está funcionando e que o procedimento "não é de rotina".
Milen afirmou que as roupas de cama levadas por acompanhantes nunca entram em áreas de terapia intensiva, onde o risco de contaminação é maior. "Não falta lençol, a gente tem uma lavanderia que abastece o hospital todo. Pode ser em alguma área, que precisou em algum momento, mas não é rotina do hospital", disse.
Funcionários de hospital do DF usam sacos de lixo
no lugar de avental (Foto: Reprodução/TV Globo)
Avental improvisadono lugar de avental (Foto: Reprodução/TV Globo)
Imagens feitas dentro do hospital de Santa Maria e divulgadas nesta terça (2) mostram um funcionário usando sacos de lixo verdes, presos com fita adesiva, como um avental improvisado. A Secretaria de Saúde reconheceu a falta dos itens apropriados na unidade, mas a diretora do hospital negou o uso nesta quarta-feira.
"O hospital de Santa Maria tem capote [nome técnico do avental] descartável, tem capote de tecido que pode ser usado e esterilizado na própria unidade. Todos os hospitais têm, e a rede está fornecendo. Isso que está aparecendo não é recomendação do hospital", afirmou Milen.
Nesta quarta, a secretaria disse que recebeu 350 mil capotes descartáveis e repassou 15 mil ao hospital de Santa Maria. O volume é suficiente para três semanas. Os itens são descartados após cada procedimento. Segundo a pasta, há estoque suficiente para repor com antecedência, caso necessário.
Superbactéria
Segundo a secretaria, alguns dos pacientes isolados na unidade de saúde estão com as bactérias multirresistentes desde janeiro. O quadro só veio a público nesta semana, após a divulgação de infecções semelhantes em hospitais do Guará e de Taguatinga.
Segundo a direção do hospital, 14 dos 16 pacientes em isolamento estão apenas colonizados pela bactéria. Isso significa que o micro-organismo está presente em órgãos, mas não foi identificado na urina ou no sangue e que por isso não há sintomas. Os outros dois estão infectados e passam por tratamento com antibióticos.
Autoridades do hospital reconheceram que o agravamento da crise na saúde nos últimos meses pode ter influência na disseminação de infecções. Segundo o infectologista da unidade, Paulo Cortez, a possibilidade de transferência das superbactérias entre hospitais só existe quando os protocolos de segurança são quebrados. Ele diz garantir que isso não aconteceu nas últimas semanas.
"Todo paciente que passa 48 horas em uma unidade de saúde e é transferido vai para isolamento. É uma rotina, com ou sem bactéria multirresistente", afirma.
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