MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Acompanhante de paciente leva lençol de hospital do DF para lavar em casa


Problema ocorre na lavanderia em unidade de Santa Maria; diretora nega.
Fotos mostram roupa em varal de residência; hospital tem superbactéria.

Do G1 DF
Acompanhantes de pacientes internados no Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal, afirmam que estão levando lençóis da unidade para serem lavados em casa. Segundo eles, um problema na lavanderia impede a higienização dos materiais no local. A Secretaria de Saúde nega o procedimento.
Imagens obtidas pela TV Globo nesta quarta (3) mostram um lençol estendido no quintal de uma casa, próximo a telhas e azulejos. No tecido, estão impressos o nome do hospital de Santa Maria e a sigla da Secretaria de Saúde

Em entrevista nesta quarta, a diretora médica do hospital, Milen Mercaldo, disse que o setor interno de limpeza está funcionando e que o procedimento "não é de rotina".

Milen afirmou que as roupas de cama levadas por acompanhantes nunca entram em áreas de terapia intensiva, onde o risco de contaminação é maior. "Não falta lençol, a gente tem uma lavanderia que abastece o hospital todo. Pode ser em alguma área, que precisou em algum momento, mas não é rotina do hospital", disse.
Funcionários de hospital do DF usam sacos de lixo no lugar de avental (Foto: Reprodução/TV Globo)Funcionários de hospital do DF usam sacos de lixo
no lugar de avental (Foto: Reprodução/TV Globo)
Avental improvisado
Imagens feitas dentro do hospital de Santa Maria e divulgadas nesta terça (2) mostram um funcionário usando sacos de lixo verdes, presos com fita adesiva, como um avental improvisado. A Secretaria de Saúde reconheceu a falta dos itens apropriados na unidade, mas a diretora do hospital negou o uso nesta quarta-feira.
"O hospital de Santa Maria tem capote [nome técnico do avental] descartável, tem capote de tecido que pode ser usado e esterilizado na própria unidade. Todos os hospitais têm, e a rede está fornecendo. Isso que está aparecendo não é recomendação do hospital", afirmou Milen.
Nesta quarta, a secretaria disse que recebeu 350 mil capotes descartáveis e repassou 15 mil ao hospital de Santa Maria. O volume é suficiente para três semanas. Os itens são descartados após cada procedimento. Segundo a pasta, há estoque suficiente para repor com antecedência, caso necessário.
Superbactéria KPC (Foto: G1)
Os capotes são usados apenas no manuseio de pacientes com quadro de alto risco – por exemplo, os 16 que estão isolados na unidade com a superbactéria Acinetobacter baumanii. Por isso, a pasta admite que o funcionário flagrado vestindo sacos de lixo pode ter manipulado algum destes pacientes. Até a tarde desta quarta, o servidor presente nas imagens não tinha sido identificado pela secretaria.
Superbactéria
Segundo a secretaria, alguns dos pacientes isolados na unidade de saúde estão com as bactérias multirresistentes desde janeiro. O quadro só veio a público nesta semana, após a divulgação de infecções semelhantes em hospitais do Guará e de Taguatinga.
Segundo a direção do hospital, 14 dos 16 pacientes em isolamento estão apenas colonizados pela bactéria. Isso significa que o micro-organismo está presente em órgãos, mas não foi identificado na urina ou no sangue e que por isso não há sintomas. Os outros dois estão infectados e passam por tratamento com antibióticos.
Autoridades do hospital reconheceram que o agravamento da crise na saúde nos últimos meses pode ter influência na disseminação de infecções. Segundo o infectologista da unidade, Paulo Cortez, a possibilidade de transferência das superbactérias entre hospitais só existe quando os protocolos de segurança são quebrados. Ele diz garantir que isso não aconteceu nas últimas semanas.
"Todo paciente que passa 48 horas em uma unidade de saúde e é transferido vai para isolamento. É uma rotina, com ou sem bactéria multirresistente", afirma.

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