PIB do primeiro trimestre de 2015 desabou 1,6% em relação a 2014.
(Folha) O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção de bens e serviços do
país, caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, frente aos últimos três
meses de 2014. Já na comparação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB recuou 1,6%,
segundo dados divulgados na manhã desta sexta-feira (29) pelo IBGE.
Os economistas consultados pela Bloomberg esperavam em média uma
retração de 0,6% no primeiro trimestre, em comparação ao último
trimestre de 2014. Essas projeções, contudo, variavam desde queda de
0,1% da FGV (Fundação
Getúlio Vargas) a até uma baixa 1% pela consultoria Tendências. No
acumulado dos últimos quatro trimestres (12 meses), o PIB recuou a um
ritmo de 0,9%.
DEMANDA
Pela lado da demanda, o consumo das famílias (item de maior peso no PIB)
recuou 1,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao quatro
trimestre de 2014. A perda de ritmo era aguardada, num cenário de piora no mercado de
trabalho, inflação em alta, baixa no rendimento real, crédito mais
restrito e a confiança em baixa.
Com empresário menos otimistas, os investimentos encolheram 1,3% no
primeiro trimestre, frente ao mesmo período do ano passado. É um sinal
especialmente ruim porque a base produtiva brasileira só
aumenta com mais investimentos em infraestrutura, indústria e outros
segmentos. Desta forma, a taxa de investimentos do país, medida em
relação ao PIB ficou em 19,7% no primeiro trimestre deste ano. Num
contexto de aperto das contas públicas em nível federal, o consumo
do governo encolheu 1,3% no primeiro trimestre deste ano, informou o
IBGE.
OFERTA
Já pelo lado da produção (oferta), a indústria continua um destaque
negativo, com queda de 0,3% no primeiro trimestre deste ano, em
comparação aos três últimos meses de 2014. O setor tem sido afetado por investimentos em desaceleração, juros mais
elevados na economia e a baixa confiança de empresários e consumidores.
Um dos pilares do crescimento da economia nos últimos anos, o setor de
serviços, que responde por algo como 60% do PIB brasileiro, teve queda
de 0,7%. Já a agropecuária teve uma alta de 4,7% na comparação com o último
trimestre do ano passado. O setor, contudo, responde por pequena parcela
do PIB.
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