Aventureiro estuda transformar viagem pela América do Sul em livro.
Durante 1 ano, Fausto Stuqui rodou 26 mil km; carro quebrou 16 vezes.
"Eu fiquei muito curioso com o que existia depois da curva. Eu sempre olhava pra frente e pensava: 'O que tem lá?' Eu queria conhecer o mundo e ver com meus próprios olhos, essa foi a maior motivação. Passei a maior parte da minha vida vendo filmes, fotos, documentários e uma hora cansei de ficar no sofá. Eu queria ser o protagonista", explicou.
Kombi enguiçou 16 vezes durante a viagem (Foto:
Arquivo Pessoal / Fausto Stuqui)
Financiamento coletivoArquivo Pessoal / Fausto Stuqui)
Batizada de “Caipirinha”, a Kombi enguiçou 16 vezes durante a viagem – que aconteceu entre junho de 2014 e abril de 2015. O destinos escolhidos foram: Venezuela, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Argentina, Uruguai e Brasil. Mas foi na terra de Messi e Maradona onde aconteceu o pior dos problemas mecânicos: o motor explodiu. Para evitar que o imprevisto decretasse o fim da aventura sul-americana, Fausto teve a ideia de apelar para um financiamento coletivo.
"Na Argentina, a luz do óleo acendeu. Eu abri o capô do motor e ele tinha explodido. Depois de três reboques cheguei numa cidade e um mecânico me deu o diagnóstico: eu precisava comprar um motor novo. Respirei e vi que o financiamento seria uma solução. Divulguei através do Facebook, consegui arrecadar R$ 3,5 mil, trocar o motor e seguir viagem para o Chile", contou.
Viagem de empresário com Kombi passou por oito países (Foto: Arquivo Pessoal / Fausto Stuqui)
Planejamento de 4 anosA ideia da viagem surgiu há 4 anos, após Fausto conversar com um estrangeiro em uma academia de Ipanema e perceber que o turista conhecia mais o Brasil do que ele próprio. O empresário decidiu então juntar dinheiro e passou três anos pesquisando os veículos e planejando a transformação da Kombi em sua própria casa.
"Levei tempo para transformar o conhecimento em conhecimento aplicado. Procurei a Kombi no Rio de Janeiro, mas eu não entendo nada de carro, só encontrava veículos destruídos pela maresia. Numa madrugada insone eu entrei num site de busca e encontrei uma de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Me perguntam por que uma Kombi e se eu gosto do estilo retrô. Eu digo que foi o que deu para comprar com o dinheiro que tinha naquela época, R$ 5 mil", disse.
O dinheiro para viagem veio do aluguel de uma quitinete do qual ele é proprietário, em Copacabana, do comércio de comida vegana que ele próprio cozinhava, da venda de móveis, roupas e utensílios domésticos. Para conseguir se adaptar, Fausto começou a dormir na Kombi durante 1 mês enquanto ela ficou estacionada em frente à casa de seu pai. "É tipo uma barraca de camping, mas o organismo se acostuma."
Empresário transformou Kombi em sua moradia por quase 1 ano (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
Fausto viajou durante 274 dias, registro feito no
Peru (Foto: Arquivo Pessoal)
Aventura vai virar livroPeru (Foto: Arquivo Pessoal)
De volta ao Brasil, ele agora planeja escrever um livro sobre sua aventura ao reunir as histórias que escreveu em um diário durante os 274 dias de viagem. Além disso, ele já projeta a próxima expedição: uma viagem solitária de veleiro do Rio de Janeiro até o Pacífico Sul.
"Vivi entre o céu e o inferno durante toda a viagem, uma montanha russa de sentimentos e recebi uma nova vida de presente. Este diário agora vai virar um livro, mas não apenas de aventuras. Pretendo ajudar as pessoas a realizar sonhos – quase como uma receita de bolo – sendo um facilitador entre sonhar e realizar. Eu não consigo me desfazer da Kombi mais. Sou apaixonado por ela, foi um marco na minha vida."
Registro da Kombi na Cordilheira dos Andes (Foto: Arquivo Pessoal / Fausto Stuqui)
Interior de Kombi foi transformado em casa (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
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