MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 2 de maio de 2015

Controles na alfândega retêm ajuda para vítimas do terremoto no Nepal


Representante da ONU disse que governo tem que afrouxar restrições.
País insistiu que carregamentos precisam ser inspecionados.

Da Reuters
Crianças são vistas em meio a escombros de terremoto em vila em Sindhupalchowk, no Nepal, neste sábado (2) (Foto: Danish Siddiqui/Reuters)Crianças são vistas em meio a escombros de terremoto em vila em Sindhupalchowk, no Nepal, neste sábado (2) (Foto: Danish Siddiqui/Reuters)
Inspeções alfandegárias no aeroporto de Katmandu estão retendo ajuda vital para sobreviventes do terremoto no Nepal, afirmou um oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) neste sábado, com o número de mortos no desastre ocorrido há uma semana superando 6,8 pessoas.
O representante da ONU Jamie McGoldrick afirmou que o governo precisa afrouxar suas restrições aduaneiras rotineiras para lidar com o crescente fluxo de equipamentos e produtos que agora chegam do exterior, com os itens se acumulando no aeroporto.
Mas o governo, queixando-se de ter recebido artigos desnecessários como atum e maionese, insistiu que seus agentes aduaneiros devem verificar todos os carregamentos de emergência.
"Eles não deveriam usar metodologia de alfândega de tempos de paz", disse McGoldrick. Em vez disso, ele argumentou, todo o material de alívio deveria obter uma isenção geral dos controles alfandegários na chegada ao país.
 
O governo do Nepal suspendeu impostos de importação sobre lonas e barracas na sexta-feira, mas Laxmi Prasad Dhakal, um porta-voz do Ministério do Interior, disse que todas as mercadorias provenientes do exterior tinham de ser inspecionadas.
"Isso é algo que precisamos fazer", afirmou.
O ministro das Finanças, Ram Sharan Mahat, fez um apelo na sexta-feira a doadores internacionais para o envio de tendas, lonas e alimentos básicos e disse que alguns dos itens recebidos não eram úteis.
"Recebemos coisas como atum e maionese. De que servem essas coisas para nós? Precisamos de arroz e cereais, sal e açúcar", disse ele a repórteres.
Caminhões
Alguns sobreviventes realizaram uma cerimônia à luz de velas em Katmandu neste sábado para marcar a passagem de uma semana desde o desastre, com muitos deles chorando enquanto oravam.
Funcionários do governo nepalês disseram que os esforços para acelerar o ritmo de entrega de material de emergência para áreas remotas também foram frustrados por uma falta de caminhões de abastecimento e motoristas, muitos dos quais tinham regressado às suas aldeias para ajudar suas famílias.
"Os nossos celeiros estão cheios e temos amplo estoque de alimentos, mas não somos capazes de transportar suprimentos a um ritmo mais rápido", disse Raj Shrimani Khanal, gerente da Nepal Food Corp.
Helicópteros do Exército têm entregue pelo ar macarrão instantâneo e biscoitos às comunidades remotas, mas as pessoas precisam de arroz e outros ingredientes para cozinhar uma refeição adequada, disse ele.
O governo afirmou que o número de mortos no terremoto de magnitude 7,8 do último sábado tinha chegado a 6.655 pessoas e que mais de 14 mil pessoas ficaram feridas.
Monção e doença
Muitos nepaleses têm dormido ao relento desde o terremoto, com sobreviventes com medo de voltar para casa por causa de fortes tremores. Tendas foram armadas no principal estádio de Katmandu e em um campo de golfe.
De acordo com as Nações Unidas, 600 mil casas foram destruídas ou danificadas.
A ONU disse que 8 milhões dos 28 milhões de habitantes do Nepal foram afetados, com pelo menos 2 milhões deles precisando de tendas, água, alimentos e medicamentos pelos próximos três meses.
As principais prioridades agora são a distribuição de ajuda e abrigo para as pessoas antes da estação das monções começar dentro de algumas semanas, o que deve aumentar a dificuldade de distribuição de suprimentos de emergência, disse a diretora do Programa Alimentar Mundial, Ertharin Cousin, à Reuters.
"Nosso medo é a monção chegar mais cedo", disse ela.
Doenças também são uma preocupação. "Os hospitais estão transbordando de gente, a água é escassa, corpos ainda estão sob os escombros e as pessoas ainda estão dormindo a céu aberto", disse em comunicado Rownak Khan, vice-representante da UNICEF no Nepal.

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