Hidrelétricas guardam em seus reservatórios a maior parte da água.
Ribeirinhos já sentem mudanças no gosto da água do rio.

Está difícil até para navegar. As pequenas embarcações estão encalhando. Existem pontos que é necessário que os passageiros precisam descer do barco para ajudar a seguir viagem.
É a pior seca dos últimos 100 anos e como se não bastasse, as hidrelétricas que ficam no caminho do rio guardam em seus reservatórios a maior parte da água. Têm sido assim por causa crise de energia que o Brasil enfrenta.
"Seco, seco, acabado porque o oceano vem empurrando de lá pra cá, vem trazendo destruindo as laterais e vai aterrando o rio", lamenta o pescador Ismael Menezes.
Entre os estados de Sergipe e Alagoas, o volume de água não passa de 1100 metros cúbicos por segundo. Em uma situação normal, já foi de 2.800 metros cúbicos por segundo.
De acordo com o geólogo da Universidade Federal de Sergipe, Luis Carlos Fontes, o São Francisco está sendo maltratado. “A tendência é que a situação se agrave mais nos próximos anos , causando forte impacto em toda bacia e principalmente no Baixo São Francisco”, garante.
Na foz, o mar está tomando conta e peixe de água doce virou conversa de pescador.
Os ribeirinhos já sentem mudanças no gosto da água do Rio São Francisco. Em muitas comunidades, a água já chega as torneiras salgada.
O caminhão da água mineral chega até as residências uma vez por semana e foi a solução encontrada pelas famílias da comunidade. “A gente abre as torneiras e não consegue nem fazer o café, fazer um suco, a não ser com água mineral", reclama a dona de casa Eunalva Pereira dos Santos.
“Infelizmente estamos vivendo essa realidade e a gente não sabe até quando a gente vai suportar isso", disse o pescador José Ailton Gomes.
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