O juiz Flávio
Roberto de Souza, titular afastado da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de
Janeiro, foi denunciado à Justiça pela Procuradoria Regional da
República da 2ª Região. De acordo com as investigações do Ministério
Público Federal (MPF), o juiz cometeu os crimes de peculato, falsidade
ideológica e extravio e inutilização de documentos da Operação Monte
Perdido.
A denúncia foi apresentada no último dia 31 e divulgada
hoje (6). Cabe ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região a decisão de
abrir o processo penal.
A Operação Monte Perdido foi deflagrada
pela Polícia Federal em junho de 2013, quando foi preso um traficante de
drogas espanhol que agia na América do Sul, Oceania e Europa. Na
ocasião, também foram apreendidos mais de R$ 22 milhões em imóveis,
veículos e dinheiro em espécie.
Flávio Roberto de Souza foi
investigado em dois inquéritos: judicial e policial. Com base neles, os
procuradores regionais Flávio Paixão e José Augusto Vagos relatam que o
magistrado proferiu “decisões que lhe permitiram desviar recursos
públicos” nos valores de R$ 290,5 mil, US$ 105,6 mil e EUR 108,1 mil. O
juiz é acusado de ter usado esses recursos para comprar um veículo Land
Rover Discovery e um apartamento na Barra da Tijuca. O carro foi
apreendido pela Polícia Federal na quinta-feira (2), a pedido do MPF.
A
acusação de extravio e inutilização de documentos refere-se à
destruição, em janeiro, de autos do processo sobre a alienação
antecipada de bens da Operação Monte Perdido, que, segundo o MPF,
tiveram o intuito de “facilitar a ocultação e a impunidade dos desvios
de valores, pois várias decisões falsas que fez inserir no sistema Apolo
– usado na Justiça Federal – contêm alusão a documentos que nunca
existiram”.
Souza foi flagrado dirigindo um dos carros apreendidos
de Eike Batista e também havia determinado que um piano do empresário
ficasse sob a guarda de um vizinho seu. No início de março, o Tribunal
Regional Federal declarou suspeição de Souza para o julgamento dos
processos relativos a Eike, em julgamento de exceção de suspeição
apresentada pela defesa do empresário.

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