MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Trabalhador que investe dinheiro do FGTS na Petrobrás já perdeu 12% no ano


Queda é semelhante à verificada em todo o ano de 2012; segundo analistas, piora de resultados e queda das ações da empresa justificam o desempenho negativo


LUIZ GUILHERME GERBELLI - O Estado de S.Paulo
A perda dos cotistas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) da Petrobrás está em 11,89% este ano. O desempenho negativo já é praticamente igual ao de todo o ano de 2012, quando a queda foi de 14,1%, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A rentabilidade do FGTS da Petrobrás acompanha o desempenho ruim dos papéis da empresa no mercado acionário. Neste ano, até a última sexta-feira, as ações preferências da companhia caíram 9,48%, e as ações ordinárias recuaram 19,59%. Em 12 meses, a queda está em 22,33% e 35,42%, respectivamente.
"Os últimos resultados da Petrobrás não atingiram as expectativas de mercado, aí o preço da ação sofre e, consequentemente, o valor da cota do fundo também sofre", diz Silvio Paixão, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi)
Os papéis da petrolífera na BM&FBovespa estão em queda por diversos motivos. Mais recentemente, têm pesado os resultados financeiros ruins. Este mês, por exemplo, a Petrobrás informou que o lucro líquido do ano passado foi de R$ 21,182 bilhões, ou 36% menor do que o verificado em 2011.
Num histórico mais longo, de acordo com os analistas de mercado, pesaram para a performance ruim dos papéis da empresa na Bolsa, a capitalização de R$ 120 milhões em 2010 - que levou à diluição dos acionistas minoritários -, a defasagem de preço do combustível na comparação com o mercado internacional e a ingerência do governo federal na empresa.
Efeito crise. Em relação ao FGTS da Petrobrás, a inversão de desempenho começou justamente com a crise internacional em 2008. Naquele ano, a aplicação teve rendimento negativo de 45,83%. Antes disso, entre 2002 e 2007, o retorno foi de 860,1% no período, ou de 45,8% ao ano, de acordo com cálculo do professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Ricardo Rochman. "O tempo correto para resgatar o dinheiro do FGTS era 2007, quiçá 2008 ou 2009", afirma o professor.
O resultado ruim do fundo nos últimos anos acabou corroendo parte do ganho obtido no passado. De 2002 até fevereiro deste ano, o rendimento do FGTS da Petrobrás está em 11,12% por ano, abaixo dos quase 46% verificados no auge do fundo. Para efeito de comparação, o fundo da Vale tem ganho anual de 23,69% no período.
É importante ressaltar que, desde 2002, o desempenho do fundo da petroleira é bem maior do que os 4,9% ao ano do FGTS tradicional, cujo rendimento anual é de 3%, com o acréscimo da variação TR (Taxa Referencial).
Para os atuais 73.334 cotistas do FGTS da Petrobrás que não precisam desse dinheiro para o curto prazo, a melhor recomendação é manter a aplicação e esperar uma melhora dos papéis da Petrobrás. "Muita gente não consegue ter acesso ou resgatar esse dinheiro, a melhor recomendação é deixa como está. É possível correr um pouco mais de risco e esperar que as coisas revertam para a Petrobrás", diz Rochman.
Na avaliação de Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research, o investidor que optar por desistir da aplicação estará saindo na baixa. "O investidor já acumulou anos de baixa. Sair agora pode não ser tão inteligente. E outra, a saída desse fundo é bastante limitada: o investidor teria que comprar uma casa própria ou cairia na conta básica do FGTS."
Já no mercado acionário, as recomendações para os papéis da companhia ainda dividem opinião. "Pelo custo de oportunidade, tem muita coisa melhor nesse momento", diz Roberto Indech, da equipe de equity sales do home broker Rico. No momento, diz ele, a corretora não recomenda nem a compra nem a manutenção dos papéis da Petrobrás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário