MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Acordo de cooperação dá a largada para a ponte Salvador-Ilha

Luana Almeida A TARDE
  • Divulgação
    Ponte será a segunda maior do país
Com uma extensão de 11,7 km e um investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões, a ponte Salvador-Itaparica, que teve o projeto anunciado em 2011, pode estar perto de sair do papel. Nesta segunda,25, será dado o que pode ser considerado o pontapé inicial para a construção do empreendimento:  quatro municípios que serão impactados com a obra firmarão acordo de cooperação técnica com o governo do Estado.
A assinatura do documento se dará em um encontro, às 9h, na sede da Governadoria, com os prefeitos de Salvador, Vera Cruz, Itaparica e Jaguaripe, o governador Jaques Wagner e o secretário de Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), José Sérgio Gabrielli.
O documento terá vigência de dois anos e deverá facilitar os estudos de elaboração do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Macroárea de Influência da ponte. De acordo com o secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, farão parte do plano o modelo econômico-financeiro, projetos de engenharia, estudos de impactos ambientais e culturais, além dos estudos de impacto de vizinhança.
"A partir desse acordo, serão criados grupos de trabalho para que cada localidade elabore um estudo detalhado sobre o empreendimento. A construção da ponte deve impactar de forma diferente em cada município, por isso os contratos são diferenciados e foram elaborados levando em consideração as particularidades de cada município envolvido", afirmou.
A assinatura do contrato está prevista no cronograma de ações elaborado pela Seplan, que já indica para o primeiro semestre deste ano a contratação da consultoria para elaboração dos estudos técnicos. Os estudos englobam a estratégia de desenvolvimento econômico-financeira da concessão da ponte, plano de desenvolvimento imobiliário ordenado e estudos preliminares de engenharia.
Projeto - "Até o final de março, devem ser iniciados os processos de licitação dos estudos de modelagem econômica, societária, além da discussão das agendas para serem desdobradas com os municípios", explicou Gabrielli.
A ponte Salvador-Itaparica será a segunda maior da América Latina, menor apenas que a ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, que mede 13,3 quilômetros. Em um ranking mundial de pontes sobre mar, rio e baía, o empreendimento baiano ocupará a 23ª posição.
Com seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento, a ponte compõe o projeto do  Sistema Viário Oeste (SVO), cujo objetivo é criar um novo dinamismo no eixo litorâneo sul, permitindo o surgimento de um novo polo industrial e logístico na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Idealizada como uma obra moderna, o projeto da ponte é considerado como "gigante" para arquitetos e urbanistas e tem trazido à tona discussões sobre os impactos econômicos, sociais e, sobretudo, ambientais.
Na opinião do arquiteto e urbanista Francisco Senna, a construção da ponte não é a maneira mais sustentável para facilitar o acesso aos municípios do Recôncavo e  do oeste do Estado.
A alternativa, de acordo com Senna, seria a construção de uma estrada, às bordas da Baía de Todos-os-Santos.
"A possibilidade da construção de uma estrada deveria ser levada em consideração e discutida. Seria uma solução mais barata e menos agressiva ao meio ambiente", opinou.
O arquiteto acredita que os impactos causados pela construção da ponte tanto ao mar, quanto em Itaparica e municípios próximos serão irreversíveis. "A região, conhecida pela paisagem bucólica, será transformada em zona urbana, em um bairro como outro qualquer de Salvador. Pode, ainda, aumentar a especulação imobiliária e destruir o verde. Itaparica perderá todo o sentido que representa para o Estado", completou.
Segundo Gabrielli, os impactos ambientais serão mínimos. Além disso,  garante,  a ponte será formulada de acordo com a  paisagem da Baía de Todos-os-Santos.
"Será um empreendimento que terá o mínimo impacto visual possível, em harmonia com a paisagem já existente da baía. Vamos fazer um estudo detalhado. Eu não acredito que o impacto ambiental seja grande", afirmou.

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